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“PARA TER ONDE IR”: QUANDO A AMBIENTAÇÃO CARECE DE CONTEÚDO

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É inegável que, nos últimos anos, uma das únicas coisas que vêm conseguindo prosperar no Brasil é o cinema, o qual tem se mostrado cada vez mais diverso e prolífico, o que fez com que uma nova gama de estilos quase inexistentes em solo nacional começou a surgir. Nesta nova onda de filmes contemplativos que buscam mais do que contar uma história, está “Para Ter Onde Ir”, primeiro longa de Jorane Castro – que também foi a diretora dos curtas “Invisíveis Prazeres Cotidianos” (2004) e “Ribeirinhos do Asfalto” (2011).

O filme acompanha a trajetória de três mulheres: Eva (Lorena Lobato), mais velha e mais rica, que carrega uma aura soturna cuja origem é um dos mistérios da trama; Melina (Ane Oliveira), que busca um novo amor após ser abandonada; e Keithylennye (Keila Gentil), que sonha em retomar a carreira como cantora de technobrega. As três estão realizando uma viagem que carro que permeia toda a trama. E este é o primeiro destaque do roteiro: é, no mínimo, ousado fazer um road movie sabendo que, inevitavelmente, ele será comparado a clássicos do gênero no cinema nacional, como “Bye Bye Brasil!” (1979) e o icônico “Central do Brasil” (1998).

Sendo assim, o filme encontra seu refúgio no onírico. Quando Melina – a mais sonhadora do trio – sugere que elas sigam para uma misteriosa ilha paradisíaca que surge apenas uma vez por ano, fica claro que todas as três mulheres estão naquela viagem porque buscam algum tipo de crescimento pessoal para lidar com algo do passado. Com isso, a diretora paraense passar a trabalhar as ambientações, as quais passam a servir como uma linha que costura toda a história.

E parte deste trabalho é, de fato, muito bem feita – principalmente no arco que envolve Keithy e o mundo do technobrega -, no entanto, a estrutura acaba caindo em clichês já batidos deste tipo de produção, como planos extensos que tentam imergir o espectador. Com toda esta preocupação estética, o roteiro parece esquecer de trabalhar as personagens, que acabam por ser apenas esboços do que poderiam vir a ser, são apenas esteriótipos que não conseguem ter uma relação real com a ambientação ao redor, fazendo parecer que o roteiro estava mais preocupado em “ser um filme de arte” do que desenvolver um universo próprio e singular.

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