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“NO OLHO DO FURACÃO”: O ENTRETENIMENTO ESCAPISTA DE UM DESASTRE NÃO NATURAL

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A principal característica da filmografia de Rob Cohen é a ação desenfreada em histórias um tanto quanto absurdas – prova disso é o filme mais famoso diretor, o primeiro longa da franquia Velozes e Furiosos. Em seu novo trabalho, No Olho do Furacão, este aspecto também está presente, porém, sem chances de conseguir suceder como a saga estrelada por Vin Diesel.

A trama conta a história de um grupo que rouba 600 milhões de dólares durante a passagem de um furacão Categoria 5 por uma pequena cidade estadunidense. Tendo consciência da premissa nada verossímil, o roteiro acerta em já iniciar o enredo injetando velocidade e ação nas cenas – o que serve de compensação para os diálogos superficiais travados entre as personagens.

Com isso, percebe-se logo que o elenco não tem muito material com o qual trabalhar, resultando em um desempenho que, nos melhores momentos, alcança o mediano – o destaque é Maggie Grace (a Shannon, de “Lost”), cujo esforço para tentar extrair algo do roteiro é notável; no entanto o resto do elenco não conseguem causar qualquer tipo de empatia no público. Além disso, ainda há o agoniante subaproveitamento de Ralph Ineson (o William, de A Bruxa), que fica preso a um antagonista desinteressante e unidimensional que beiro o burlesco – sem dúvida, um talento desperdiçado.

Por outro lado, o longa possui um bom ritmo, o qual consegue instigar o espectador, porém este aspecto também é prejudicado pelo roteiro, cujas reviravoltas parecem presumir a ignorância do público, além de incluir inúmeras facilitações narrativas e clichês de filmes do gênero Catástrofe – como, por exemplo, o excesso de personagens totalmente descartáveis.

Por fim, trata-se de um filme que tenta inovar em um gênero que já não é mais tão popular devido a uma leva de produções ruins – esta poderia ser uma boa ideia, não fosse pelo fato de parecer que a única preocupação do longa é o desastre natural do título, ignorando o desenvolvimento dos arcos das personagens (e, por vezes, até mesmo a lógica) e resultando um um furacão de efeitos de computação gráfica risíveis. Assim, No Olho do Furacão acaba por ser um longa que apenas oferece entretenimento escapista e, por isso, pode agradar o público que aprecia filmes de baixo orçamento feitos para a TV.

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