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Fúria em Alto Mar traz trama genérica em mais um filme de ação protagonizado por Gerard Butler

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Após um submarino americano desaparecer próximo a águas russas, o Pentágono designa Joe Glass (Gerard Butler), um capitão que é uma lenda viva da marinha americana, para liderar a missão que busca entender o que aconteceu. Quando a tensão com os russos se acentuam e o presidente do gigante do Leste Europeu é sequestrado pelos seus próprios homens, que buscam um embate com os Estados Unidos, Glass terá que usar toda a sua experiência para resgatar o líder e impedir uma Terceira Guerra Mundial.

Este roteiro é baseado no livro Firing Point de Don Keith e George Wallace, e apresenta a estrutura básica do gênero, o qual se tornou o principal nicho de trabalho de Butler nos últimos anos, e o ator se mostrou confortável na personagem, no entanto, ainda parece estar imitando nomes mais pesados de filmes de ação, como Liam Neeson em produções mais recentes, faltou imprimir uma identidade própria à interpretação, porém, é impossível dizer que Butler não se esforça e parece estar se divertindo em cena.

Ainda falando sobre o elenco, alguns rostos conhecidos de filmes aclamados surgem na tela, como é o caso de Gary Oldman – que interpreta o General Donnegan – e Caroline Goodall – que dá vida à presidente dos Estados Unidos -, contudo nenhum deles tem tempo ou material suficiente para entregar uma atuação encorpada ou notável. E este problema se estende à boa parte das personagens, demonstrando que o roteiro se apoia no carisma de estereótipos e na empatia que cada um é capaz de despertar no público.

Mas, tratando-se de um filme de ação, já era de se esperar que desenvolvimento de personagem ficaria em segundo plano, uma vez que a diversão escapista é o foco do longa. E, neste ponto, a produção tem uma vantagem. Mostrando ter consciência do quanto o roteiro de Arne Schmidt e Jamie Moss pode ser formulaico, a edição é toda voltada para dar energia e tensão constante à trama, alternando entre os três principais pontos de ancoragem: o submarino comandado por Glass, a movimentação no Pentágono e a missão dos quatro soldados mandados para solo russo a fim de resgatar o presidente. Estes três núcleos recebem a mesma atenção e isso ajuda a levar a história adiante.

No entanto, apesar de apresentar alguma boas ideias e soluções, a produção mostra ter mais falhas do que acertos, o que deixa a produção genérica – como o fato de os atores russos falarem em inglês, mesmo entre si, e as poucas falas em seu idioma nativo serem tão irrelevantes para a trama que nem precisam de legenda; e, além disso, toda a aura de Guerra Fria que permeia o enredo soa forçada, ou, no mínimo, cronologicamente deslocada, dando a impressão de que o longa levou algum tempo para sair do papel ou foi adaptado na época errada. Assim, Fúria em Alto Mar pode até divertir um público geral que só busca ver duas horas de ação e não vai se importar com a trama rasa, previsível e derivada, porém um espectador menos casual vai ter a sensação de que o longa poderia ter sido melhor aproveitado ou não produzido.

 

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