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Gaspar Noé lança seu novo filme Clímax, em SP

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Por Gabriel Alviano:

Para quem já assistiu aos filmes de Noé, sabe o quão difíceis podem ser de digerir. Clímax não foge disso, e isso ficou evidente durante a coletiva. O cineasta deixou claro  a sua vontade de explorar o comportamento humano, através dos sentidos e desejos mais carnais, Clímax aborda a questão como um surto psicótico coletivo.

Ao falar sobre seu processo de criação, ele explica que os excessos de tons vermelhos espalhados pelos filmes remetem a um sonho (mais próximo a um pesadelo). Além de sempre trazer a discussão temas como incesto, drogas, etc, “Há diretores que se repetem (…) Há muita coisa que copio do meu próprio cinema”.

Noé disse também que todos os atores tiveram uma participação coletiva na obra e que chegou a mostrar a eles reações de pessoas sob efeitos de drogas para que seguissem o exemplo. Inicialmente não havia um detalhamento dos personagens que foi desenvolvido junto dos atores às suas histórias e relações.

Ao realizar uma obra sem se espelhar em acontecimentos reais, Gaspar explica que mesmo que suas histórias sejam próximas da realidade, elas não se prendem em fatos reais, assim trazendo a liberdade para explorar os limites de sua história.

A direção de Gaspar Noé foi de extrema importância para transparecer a psicose dos personagens, com longos planos sequências, o diretor disse que adora trabalhar com a câmera e com a montagem em seus filmes, e que os cortes entre panorâmicas rápidas e mudanças de luzes auxiliaram na ilusão de planos sequências.

Questionado por seus filmes polêmicos, ele se diz inspirado por diretores como Dario Argento e pelo próprio Zé do Caixão, que de acordo com o cineasta, recriam obras tão próximas da realidade e mostram uma face tão cruel do ser humano que acabam polemizando vários temas do nosso cotidiano. Para Gaspar, seus filmes tentam sempre trabalhar a questão do comportamento humano. Ao relacionar seus filmes aos de guerra americano, onde milhares de pessoas morrem em constantes cenas de batalha, ele deixa claro onde sua obra incômoda. Sua violência em nenhum momento é banalizada e gratuita, por isso acaba chocando o espectador.

Clímax vai ser lançado nesta quinta-feira, 31 de janeiro.

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