Crianças Lobo fala da importância do papel materno

Uma nova onda de animações japonesas vem trazendo questões mais do dia a dia, com suas alegorias típicas. Diferente de grandes questões existenciais (como abordadas em Ghost in The Shell ou em Paprika), temos neste longa uma questão muito real, principalmente na realidade brasileira. Em Crianças Lobo, temos uma jovem mulher que é forçada a abandonar seus estudos e planos de vida pelos filhos, após seu parceiro sofrer um acidente e falecer. Como se criar duas crianças, sozinha não fosse desafio o suficiente, os filhos de Hana são lobisomens, assim como o pai.

As duas crianças são totalmente opostas, e dão trabalho como qualquer criança. A  primeira grande qualidade tanto do roteiro quanto da direção, é a profundidade e clareza do sentimento dos personagens. O casal se ama, e a leveza dos momentos juntos é tão bela que quase se pode flutuar assistindo. Quando Yuki nasce, tudo parece um sonho. Que logo seria trocado por um tapa de realidade. Viúva, estudante, tendo apenas um emprego de meio período, sozinha em uma grande cidade e tendo que criar duas crianças pequenas. E como muitas mulheres do mundo todo, ela dá um jeito.

Em determinado ponto, ela se vê obrigada a mudar-se para o interior por questões biológicas. O dinheiro dela começa a acabar, então ela constrói sua própria horta, na marra, e sem saber muito, afinal, só pode contar em ela mesma.

Seus filhos são muito diferentes um do outro, portanto apresentam problemas diferentes. A menina Yuki, que desde pequena foi muita explosiva, é quem conta essa história. Enquanto Ame, é quase um estranho a tudo. Cabe à ele introduzir os conceitos mais orientais do filme, como um mestre da montanha que mantém a natureza em equilíbrio.

Novamente, de forma magistral, as animações do Oriente abordam os temas de maternidade, crescimento dos filhos, o encontro do seu lugar no mundo, todos introduzidos em um contexto fantástico lindo.