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“Coisa Mais Linda”: em ritmo de Bossa Nova, série conta a luta das mulheres contra o preconceito

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A Netflix prometeu que investiria em produções nacionais para o seu catálogo e está cumprindo a promessa. Após o sucesso da distopia “3%”, o serviço de streaming lançou a comédia “Samantha!”, o filme “O Matador” e o seriado de animação “Super Drags”. Agora, na última sexta-feira (22), a plataforma disponibilizou todos os episódios de sua nova série brasileira original, “Coisa Mais Linda”, estrelada por nomes conhecidos do grande público, como Maria Casadevall, Fernanda Vasconcellos, Mel Lisboa e Pathy de Jesus.

A trama começa com Maria Luísa, interpretada por Casadevall, filha de uma família rica e tradicional de São Paulo, casada e mãe de um menino – uma vida perfeita para os padrões da época. Porém, ao ir para o Rio de Janeiro, Malu descobre que seu marido fugiu com a amante levando todo o seu dinheiro e deixando um monte de dívidas. Diante deste panorama, a socialite falida tem dois caminhos à sua frente: voltar para a casa dos pais em São Paulo em busca de um novo casamento ou continuar no Rio e arrumar uma forma de viver de maneira independente.

E quem tem uma realidade parecida com a de Malu é Lígia (Fernanda Vasconcellos), uma jovem economicamente privilegiada e casada – agora só faltaria a maternidade para completar a checklist. No entanto, ela tem um grande sonho: ser cantora, porém seu marido não aceita que uma mulher trabalhe. Há ainda Theresa (Mel Lisboa), a independente e “prafrentex”do grupo. Recém-chegada de Paris, ela se relaciona bem com o marido e escreve em uma revista feminina, tendo que lidar com o machismo do dia-a-dia na redação, onde ela é a única mulher.

Completando o quarteto, está Adélia (Pathy de Jesus), negra e moradora de uma comunidade que faz tudo que está em seu alcance para sustentar a filha e tem os maiores desafios da trama, pois, além de enfrentar o machismo intitucionalizado da época, ela ainda tem que lidar com o racismo – que a série, em uma grande acerto, mostra que não vem de grandes antagonistas vilanescos, mas de todos os lados, até mesmo de amigos.

São justamente estas lutas diárias que unem estas quatro mulheres, que se tornam grandes amigas, apoiando umas às outras mesmo que tenham origens distintas e não passem pelas mesmas dificuldades. E, é claro, a música é quase uma personagem corpórea que ganha espaço quando Malu decide abrir um clube de Bossa Nova, onde Lígia é uma das principais estrelas, ao lado de Capitão (ícaro Silva) e Chico (Leandro Lima).

Assim, ao longo dos sete episódios que compõem a primeira temporada, o espectador acompanha a trajetória destas quatro mulheres em uma Brasil que não existe mais, porém que deixou resquícios na sociedade atual. Com uma produção tecnicamente impecável – reconstituição de época impressionante, fotografia quente bem carioca e uma excelente trilha sonora, é claro -, ótimas atuações, temas relevantes – é verdade que, às vezes, o texto mostra alguns vícios novelescos, como a exposição desnecessária, mas isso não chega a atrapalhar o desenvolvimento da trama – e o bom gancho na season finale, “Coisa Mais Linda’ é fácil de maratonar e deixa muita expectativa para a próxima temporada.

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