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GOT 08×06 – Game of Thrones chega ao fim

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 Depois de dez anos acompanhando, semana após semana, “Game of Thrones”, uma das maiores séries da história da televisão, enfim, chega a seu final, traindo seus fãs mais assíduos.

Antes de mais nada, é preciso lembrar que o roteiro permaneceu truncado, picotado e apressado até o segundo ato do episódio, apesar de ainda existir uma sensação de tudo ser enfiado goela abaixo, com tantas coisas acontecendo sem o devido tempo de processamento. O final da série foi dirigido por seus criadores, D&D (David Benioff e D. B. Weis), de maneira primoroso, apesar dos defeitos no roteiro,  junto com a trilha sonora impecável, de Ramin Djawadi.

No episódio passado, Daenerys destruiu totalmente a cidade de Porto Real, em uma fúria digna de sangue e fogo. De início poderia ser apenas uma fúria passageira, se tornou a ascensão do poder de uma nova tirana, ainda mais perigosa. Até podemos comparar Dany a figuras políticas de nosso mundo que começaram aclamados, e terminaram corruptos ou tiranos, desviando-se do caminho nobre do qual vieram. Daí que vem o agridoce desde episódio, o ponto inicial de uma mistura de tristeza com certa felicidade contida, assim como final de toda grande guerra. E uma coisa que foi repetida várias vezes no episódio, assim como na temporada toda, era a existência de escolha e como elas mudam tudo, cada escolha feita criava o efeito de imprevisibilidade que série tem, e que permaneceu tendo em muitos momentos. Daenerys fez sua escolha, enlouquecida por poder e glória (e pela atuação incrível de Emília Clarke que redimiu qualquer falha que já teve); Varys fez a dele, e pagou por isso, assim como Tyrion fez a sua. Agora Jon Snow terá que fazer a sua também: deter o fogo da Rainha dos Dragões. Ele realmente tenta mostrar que ela tem escolha, que todos no mundo tem escolha, mas ela não vê isso, nem quer que outros vejam. Então Jon Snow faz a sua escolha de matar Daenerys, e de ver a segunda mulher que amou perder a vida em seus braços. A morte surge na forma de Drogon, o dragão negro, ao menos é o Jon pensa. A fera observa a mãe morta no chão frio, em uma das cenas mais tristes de toda série, e ao invés de incinerar Jon, ele destrói o Trono de Ferro. Sim, o objeto que despertou toda discórdia por décadas e décadas, o símbolo absoluto do poder dos Sete Reinos. Se refletirmos bem, é quase como se Drogon compreendesse que aquele objeto transformou Dany numa tirano, foi a obsessão por aquela coisa. Em uma cena anterior, Daenerys está sozinha com o Trono, e ela o observa com desejo, pois finalmente ele é seu, só que ela nem chega a sentar nele, Jon impediu que ela se tornasse a Rainha da Cinzas, o que ela disse que jamais seria. Encerrando a cena, Drogon pega o corpo de sua mãe, voando para longe (para Valyria talvez?).

Daí seguimos para o Conselho dos Lordes que vão decidir o destino de Tyrion e Jon como prisioneiros, e também para decidir quem será o novo rei. Jon Snow é uma escolha totalmente inviável, pois ele irritaria o restante do exército Targaryen, ao passo que mata-lo desencadeará a fúria do Norte, ambos os exércitos estão no mesmo nível de força, e exaustos demais para lutar de novo. Sam sugere uma democracia (exatamente como a conhecemos hoje), só para ouvir a risada dos outros lordes como resposta, eles não são tão civilizados ainda. Então Tyrion sugere que Bran seja o rei, uma reviravolta genuína e hiper-simbólica. Se o Rei da Noite era o esquecimento, Bran é a memória de Westeros, suas histórias, ele é Westeros, então que a terra governe a si mesma (inclusive ele mantém o ar de mistério, afinal, ele é o Corvo de Três Olhos), assim é nomeado Rei Bran, o Quebrado, soberano dos Seis Reinos. Sim, Seis Reinos, pois o Norte continua independente, tendo Sansa, da Casa Stark, como Rainha do Norte.

Tivemos alegres fan services totalmente coerentes com a história, como Brienne se tornar Lady Comandante da Guarda Real. Arya seguiu para o Oeste, para onde mapas acabam (se Westeros é a Europa, Essos toda Ásia, então vai que a Arya acha a América do Sul).
Jon Snow vira um exilado membro da Patrulha da Noite no verdadeiro Norte, as terras além da Muralha, assumindo implicitamente o papel de Rei do Povo Livre. Assim como ele será responsável pelo florescimento daquela terra, agora que os Caminhantes Brancos se foram. Ele é o último Targaryen vivo.

“Game of Thrones” acaba como começou, com homens resolvendo assuntos triviais como a política do dia a dia, com maniqueísmo difuso, ainda cinzento. Mais guerras virão, vão acabar e homens vão continuar tomando decisões triviais em salinhas. Foi realmente um final agridoce, que muita gente vai odiar, outros podem amar.

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