Conteúdos para refletir sobre o racismo na Netflix

Por Beatriz Trindade:

Você provavelmente já ouviu falar nos termo “empoderamento negro”, “colorismo”, “representatividade”, “black face”, “apropriação cultural”, “dívida histórica” ou “reparo histórico”, e se pergunta se existe ou não o famigerado “racismo reverso”, ou se pergunta o que é ou não ofensivo a dizer para pessoas afro descendentes. Muitas dessas expressões são novas no vocabulário popular, apesar de práticas discriminatórias não serem novidade. Como o tema se mostra mais necessário do que nunca, saindo dos limites de contenção da esfera política, existem conteúdos de entretenimento para todos os gostos para entender um pouco mais a respeito.

Essa semana reúne uma maratona de conteúdos que abordam o racismo e representatividade de pessoas negras, dilemas de relacionamentos e entre outras questões que tem como ponto de partida a necessidade em refletir a discriminação racial na estrutura da nossa sociedade.

13ª Emenda
Nesse documentário cria uma correlação entre a super lotação do sistema penitenciário e a criminalização da população negra nos Estados Unidos. O filme conta com especialistas no assunto, ativistas, políticos que embasado em dados e outros estudos, contextualizam o espectador ao falar dos estereótipos que formam a estrutura de uma sociedade racista. Não vá esperando um ritmo lento, cheio palavras rebuscadas e de difícil compreensão, esse documentário é cheio de ilustrações, dados, e linguagem de fácil compreensão. Além de falar das particularidades americanas, esse documentário abordará o problema de super lotação carcerária em diversos países, inclusive o Brasil.

Os Panteras Negras: Vanguarda da Revolução
Esse documentário  fala do grupo revolucionário antirracista formado na década de 60, o Partido dos Panteras Negras. Jornalistas, simpatizantes, ativistas, estudiosos falam da importância do movimento, as reações do governo, a maneira que mobilizou a sociedade civil, curiosidades, a influência em outros movimentos sociais, e os desdobramentos. Um documentário cheio de adrenalina e fotografias épicas. O filme ainda tem depoimentos de infiltrados no movimento, histórias comoventes sobre a maneira como o grupo resistiu e se tornou lendário.

Cara Gente Branca
Uma série sobre a vida de estudantes negros americanos em uma universidade majoritariamente banca. A série é cheia de sacadas cômicas e traz questionamentos acerca de privilégios de pessoas brancas, blackface, solidão dar mulher negra, violência policial contra afro descendentes, e outras maneiras de discriminação. Uma trilha sonora impecável, figurino incrível, estética divertida e uma trama bem amarrada, “Cara Gente Branca” vai te fazer repensar alguns discursos e atitudes.

Atlanta
Você já deve ter assistido ao clipe de Childish Galbino “This is America”, sucesso em 2018, e deve ter se impressionado com a baita crítica feita na letra da música e principalmente nas fortes imagens do clipe. Childish Galbino é o alter ego de Donald Glover, que assina a produção, direção, roteiro da série além de atuar na serie na pele do personagem Earn. A série satiriza temas como racismo reverso e de maneira ácida toca nos assuntos de temática racial que se escoram em temas de desigualdade e vulnerabilidade social.

Grow-ish – O spin off de Black-ish, que narra a cômica vida da família Johnson, tem como protagonista Zoey Johnson, a filha mais velha que embarca para a faculdade e vive os diemas de uma caloura em busca de uma boa colocação profissional e aceitação social. Uma pegada mais teen, que insiste em temas ligados a minorias sociais, e de maneira suave fala de colorismo, solidão da mulher negra, e como esses e outros problemas são tão presentes na vida de pessoas negras.

“Ela Quer Tudo”
Spike Lee, o premiado diretor de Um infiltrado na Klan, é quem dirige a série sobre a vida da artista Nola Darling. A hipersexualização da mulher negra, a vulnerabilidade, o padrão de beleza exigido, estão na série que não se limita a apenas a essas problematizações e se dedica a ir fundo em muitas outras como a papéis de gênero, juventude negra. Não preciso dizer sobre a fotografia e trilha sonora perfeitas e cheias de referência a Prince.
Bônus:

Ela Quer Tudo
Também com a direção de Spike Lee, e narrando a história de Nolah Darling, esse filme da década de 80 tem um olhar específico do assunto a partir do recorte de tempo da época. Se torna ainda mais interessante observar as particularidade daquele momento através do olhar de Spike Lee.