- Publicidade -

A Dinastia dos reboots e live actions toma conta das telas de cinemas

Publicado em:

Recentemente a Disney lançou seu mais novo longa metragem, o live action de O Rei Leão, causando leve cisão entre a crítica, a questão que órbita o filme, mas como também em todos os live action que vem ressurgindo, é: será que havia a necessidade de uma obra assim?

Muitos críticos apontam que estes novos filmes não possuem “alma” e são feitos enlatados apenas para obter lucro. Lógico que na indústria do cinema, o lucro vem em primeiro lugar, afinal é como mundo funciona, contudo não deixa se ser uma verdade que obras feitas em esteira industrial não tem alma, não tocam realmente, por mais divertidas que sejam, elas caem no esquecimento depois que você joga a pipoca fora ao sair do cinema. São pílulas de entretenimento confortáveis por transitarem em temas já estabelecidos, porém cada caso é um caso. Os filmes Marvel, por exemplo, são adaptações de material literário original que, apesar de variar bastante, possuem qualidade, e tem uma arrecadação gigantesca (o mais recente, Homem-Aranha: Longe de Casa, já chega na marca de 1 bilhão de arrecadação).

Retornando a questão, por que criar um filme live action, frame por frame, de uma história que não tem como mexer muito? O de Cinderela teve certa justificativa por ser um dos filmes mais antigos do catálogo Disney, e por ser o seu símbolo (já que o castelo que abre todo filme Disney, é o da Cinderela). O filme Malévola (que já vai para sua sequência), por mais que não seja excelente, tem a justificativa de trazer a visão da vilã da história e quebrar o maniqueísmo vigente em contos de fada, o mesmo com os de Alice no País das Maravilhas, dirigido por Tim Burton.

Refazer filmes tão icônicos de uma das marcas mais poderosa do mundo é pisar em ovos, pois clássicos são cláusulas pétreas, imutáveis, inalteráveis e eternos. Essa questão de remakes e live actions não existe apenas no mundo mágico da Disney, na realidade é uma crise que todo cinema hollywoodiano está sofrendo da falta de criatividade e novas histórias. Reaproveitando roteiro, atrás de roteiro, atrás de roteiro, mudando pontos mínimos ao invés de criar algo realmente novo, que já existe na Indústria há muito tempo.

Por exemplo, o icônico filme Scarface com Al Pacino é remake de um filme de 1932 chamado Scarface – A Vergonha de uma Nação, sobre o mafioso Al Capone. Um dos maiores clássicos do cinema é um remake, mas será que fariam um outro dele agora? Ou de O Poderoso Chefão? Ou de Cidadão Kane? Quanto tempo essa crise criatividade vai ficar tão profunda a ponto de remexer os maiores filmes da história? Já se fazem versões americanas de longas orientais, chegando a beira de recriar as obras-primas de Akira Kurosawa.

Remakes são justos, são plenamente passíveis de entendimento quando o porquê de sua existência é clara, não é o caso de Rei Leão como é de Malévola, Cinderela e até de Aladdin. Se alguém tem um catálogo grande de títulos, esse alguém é a Disney, que poderia pegar seus títulos menores como O Cão e a Raposa (uma linda história de amizade), Atlantis: O Reino Perdido (aventura no estilo Júlio Verne) ou A Espada  e a Lei (criar uma lenda Arturiana para crianças que não seja boba), Peripécias do Ratinho Detetive (releitura genial de Sherlock Holmes) e vários outros títulos, para adapta-los e melhorar essas obras esquecidas. Ao evitar o risco, se garante o lucro, e ser criativo é correr riscos. Entenda que nenhuma desses live action Disney são ruins, longe disso, vão encantar crianças (que é o objetivo desde o início), mas pense nas histórias incríveis, e não contadas, que eles estão tirando do lugar. De certa forma, está é a morte da criatividade, pois ao invés se seguirmos em frente, ficamos andando em círculos.

Mais Notícias

Nossas Redes

2,459FansGostar
216SeguidoresSeguir
125InscritosInscrever
4.310 Seguidores
Seguir
- Publicidade -