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Rainha de Copas mistura beleza técnica com protagonista maquiavélico

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Um dos livros políticos mais consagrados pelas “O Príncipe de Nicolau Maquiavel”, onde o filósofo aborda o que seria um governante monárquico efetivo, que original citações imortais (como “Melhor ser temido que amado”), ganha as telas do cinema. A personagem de Lewis Carol, a Rainha de Copas, é um vilã emblemática que consegue o que quer ou cabeças vão rolar. Não para menos Rainha de Copas possui este título em alusão a monarca do País das Maravilhas. Aqui a rainha é Anne (Trine Dyrholm), que governa sua família com bondade, até surgir um intruso, da mesma forma que Alice caiu no buraco atrás do coelho branco. Quando Gustav (Gustav Lindh), filho de um antigo relacionamento do marido de Anne, chega a casa da mulher o caos é liberto.

A primeira coisa a dizer é o primor da direção May el-Toukhy na técnica e no storytelling, a diretora também é co-autora do roteiro com Maren Louise Kãehne. Durante os dois primeiros atos a trama transmite um tipo de história, de uma mulher contida, que se limita pela bem da família. E isso parece ser até confirmado quando madrasta e enteado começam um pecaminoso caso de amor. No quesito atuação a performance de todo elenco é impecável, da protagonista em especial, pois se nota o conflito interno dela, à constante luta entre bem e mal.

No terceiro ato o que pensávamos ser a vítima, torna-se a figura vilanesca da obra, no pleno sentido da palavra maldade. Aos poucos a situação vai agravando e a tensão vai aumentando até o expectador se tornar uma vítima desse figura vilanesca.

Como já dito, o primor da técnica, tanto a fotografia quanto toda parte sonora, é o sem dúvida o melhor ponto deste filme. Ele se inicia muito cinzento, com saturação baixa, e aos poucos vai ganhando luz, tomando um tom mais amarelado de luz do sol. É até um simbolismo novamente com o “País das Maravilhas”, pois ele só é belo pelos olhos de Alice, então a luz e as cores existem apenas enquanto Gustav está com a família. Os movimentos de câmera são fluídos, com closes muito bem elaborados. A trilha sonora é bem melancólica, e no momento após a cartase que ocorre ela se torna uma verdadeira adaga no peito.

Se existe ônus sobre este filme é que seu ritmo é muito lento. Ele tem duração de quase duas horas, mas passa a sensação de que dura uma eternidade. Só que quando toda trama se desenrola, essa lentidão mostra-se compreensível. Assim como no reino do País das Maravilhas, cabeças vão rolar sob a monarquia da Rainha de Copas.

 

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