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FLORES RARAS

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“A arte de perder não é nenhum mistério”, uma força destrutiva e destabilizadora que Elisabeth Bishop transformou em poesia, em versos que sempre sublinham seu mal-estar existencial e seu permanente sentimento de ser uma estrangeira em qualquer parte.
Ambientado no Brasil dos anos 50, “Flores Raras” conta a história do relacionamento entre a poetisa Elisabeth Bishop e a arquiteta urbanista Lota de Macedo Soares (que construiu o Parque/Aterro do Flamengo).
Não faltam cenas de beijos e carinhos entre as duas personagens. O casal de mulheres é apresentado de uma maneira comum.  Mostra que o amor, independente de gênero, pode existir.  É um filme extremamente rico em todos os sentidos.
O papel  que tem mais profundidade e história é o de Elisabeth Bishop, em alguns momentos parece que o filme é dela, enquanto Mary e Lota atuam como coadjuvantes.

É um personagem com uma existência mental e emocional capaz de levá-la ao abismo. Sua  relação com a bebida, a maneira que encara a vida, suas dores, é tudo muito sofrido.
Os papéis mais frágeis ficaram a cargo das atrizes Tracy Middendorf (Mary) e Miranda Otto (Bishop), enquanto Gloria Pires assume o papel de Maria Carlota Costallat de Macedo Soares, conhecida com Lota, o papel mais ousado da atriz.

Em um personagem um tanto masculino, Gloria Pires no início parece não se sentir muito a vontade em atuar em outra língua, mas nada que chegasse a comprometer sua atuação. Ao contrário, parece que foi um desafio superado, Gloria mais uma vez mostra a grande atriz que é, interpretando uma das mulheres mais importantes na construção do Rio de Janeiro.
Lota e Elisabeth são marcos artísticos que tiveram seus destinos cruzados em uma visita ao Brasil que durou 15 anos. Um relacionamento que rendeu grandes frutos poéticos. Ambas conquistaram o auge profissional de marco universal, em um período onde a vida política no país sofria um Golpe Militar.

Com um elenco competente, junto a direção, roteiro e a montagem que se encaixam perfeitamente. Tudo foi muito bem feito e articulado. Quanto a Direção de Arte é impossível não comentar o trabalho primoroso  da equipe, desde os carros aos figurinos, está tudo em compasso com a época retratada nas telas.
Não há dúvida que “Flores Raras” é uma história forte contada de maneira delicada!

Vale a pena conferir!

Alê Shcolnik
Alê Shcolnikhttps://www.rotacult.com.br
Editora de conteúdo e fundadora do site, jornalista, publicitária, fotografa e crítica de cinema (membro da ACCRJ - Associação de Críticos de Cinema do Rio de Janeiro). Amante das Artes, aprendiz na arte de expor a vida como ela é. Cultura e tattoos nunca são demais!

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