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MARINA

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Eu cresci em uma casa onde sempre se ouviu música italiana. Meus avós, pais e familiares sempre valorizaram a cultura da velha bota. Nomes como Peppino di Capri e músicas como “Champagne” me trazem ótimas recordações. Entretanto, jamais tinha ouvido falar no cantor Rocco Granata. Isto, até receber a missão de escrever sobre Marinaem cartaz nos cinemas brasileiros a partir da próxima quinta-feira, dia 17 de abril.

Dirigido por Stinjin Coninx e produzido pelo próprio músico, o filme mostra a trajetória do artista desde a infância pobre na região da Calábria, na Itália, até estourar nas paradas de sucesso com a canção que batiza a película. Filho de um ferreiro, com apenas oito anos, ele se mudou para a Bélgica quando o pai, Salvatore (
Luigi Lo Cascio), assim como centenas de compatriotas, foi trabalhar em uma mina de carvão em busca de uma vida mais digna.

Esnobado pelos garotos belgas, forçado a conviver basicamente com outros italianos, em um bairro que mais se assemelhava a um gueto, o pequeno Rocco tinha muitas chances de se tornar um delinquente ou, na melhor das hipóteses, seguir os passos do pai. Contudo, a seu favor, havia um diferencial: o dom para a música.  

Uma produção belco-italiana, 
Marina chega ao Brasil na esteira do sucesso de “Alabama Monroe” (2013), o ótimo drama belga, capaz de levar os espectadores às lágrimas, que foi indicado ao Oscar deste ano. Em comum, os dois filmes têm a música como elemento central no desenvolvimento da trama. Todavia, as semelhanças terminam aí.
 
A história de Coninx é como tantas outras. Tem romance, pitadas de drama e um desfecho redentor com o objetivo de mostrar que as pessoas não devem desistir de seus sonhos. Além disto, é inegavelmente bem feita. Procure um grande defeito e não achará. Está tudo encaixadinho. Roteiro, montagem, fotografia e etc. E o que deveria ser bom acaba sendo ruim, pois reforça a incômoda sensação de mais do mesmo.    
 
Em contra-partida ao sentimento de que já vimos este filme antes, existem as atuações dos atores principais. Intérpretes do cantor em diferentes fases da vida deste, Matteo Simoni e Cristian Campagna ‘defendem’ seus papéis com maestria. Eles conseguem ser carismáticos e cativantes. A cena em que Granata faz amor com a personagem de Evelien Bosmans é ao mesmo tempo delicada e muito divertida. Dá gosto de ver.
 
Marina oscila com equilíbrio entre momentos leves, descontraídos e cenas mais dramáticas, em que acompanhamos os percalços vividos pelo protagonista, mas não é uma obra inesquecível. Excetuando-se pela música tema e outras belas canções que ressoarão na cabeça por alguns dias, logo entrará no rol daqueles filmes que temos dificuldade em lembrar do nome.             
 

Desliguem os celulares e boa diversão. 

Crítica também publicada no Blah Cultural 

Rota Cult
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Redação do site E-mail: contato@rotacult.com.br

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