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O SAL DA TERRA

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Um fotógrafo é aquele que desenha com a luz, que desenha através de luzes e sombras a sua forma de ver o mundo de acordo com a sua história, assim Sebastião Salgado ergueu seu sucesso através de fotografias que retratam uma realidade cruel no mundo.
 
Antes de se tornar fotógrafo Sebastião Salgado estudou e se formou em Economia, o que lhe ajudou muito a desenvolver sua visão fotográfica.
 
Ele conheceu sua futura mulher Lélia ainda jovem (ela tinha 17 anos) e estudava Música na época. Com ela foi morar na França onde ela estudava Arquitetura e ele já tinha uma carreira em Economia. 
 
Foi por lá que Sebastião Salgado começou a se dedicar a fotografia depois Lélia lhe deu sua primeira câmera, ele sabia o que regia o mundo e reage diante da câmera, a aventura do seu olhar externo!
 
Lélia e Sebastião viveram na França durante 10 anos e meio, os dois filhos nasceram por lá. Juliano o mais velho se acostumou as longas ausências do pai. Ele o imaginava como super-herói quando pequeno, agora trinta anos depois resolveu conhecer melhor o homem que chama de pai, filmando suas aventuras.
 
Em “Sal da Terra” somos expostos a esse olhar real, cruel e agressivo. Dói a alma ver o sofrimento em cada fração de segundo exposto nas obras de Sebastião Salgado. Seu olhar é incisivo e mostra como somos escravos do desejo de enriquecer.
 
Para ele, as pessoas são o sal da terra. Fez viagens espetaculares, arriscou a própria vida por momentos incríveis. Sempre teve um prazer imenso em viver nessas comunidades por onde passava.
 
A força de um retrato é que em uma fração de segundo, você entende aquela pessoa. São momentos intensos!
 
Sebastião Salgado passou oito anos desenvolvendo o projeto“Américas”, trabalhou junto aos Médicos sem Fronteiras no projeto africano” Sahel, , l’homme en détresse” (Sahel: o homem em agonia), depois veio o projeto “Trabalhadores”que realizou durante seis anos pelo o mundo todo. Já no projeto “Êxodos”, o fotógrafo volta à Africa mostrando o deslocamento da população, os refugiados, os genocídios.
 
Seu último projeto “Gênesis” foge das questões sociais e da crueldade, nele são retratados: a natureza, os animais, lugares e povos. É mais do que belo, é emocionante adentrar esse mundo! É uma carta de amor ao planeta depois de tudo que viu, diz ele.
 
Todos os projetos, sem exceção tem a presença constante da mulher na projeção deles. Lélia, é parte constante deles, por excelência.
 
Sebastião Salgado presenciou fatos importantes, mundialmente. As questões sociais tais como o trabalho, a migração, a infância e a guerra. Ao longo dos anos, nos acostumamos com suas imagens fortes, que sempre nos prenderam o olhar, convencendo-nos a encarar cenas cheias de sofrimento que, muitas vezes, gostaríamos de esquecer.
 
Dirigido por seu filho Juliano Ribeiro Salgado e Win Wenders, “ O sal da terra” nos transporta para o olhar de um homem sobre o mundo.  Sem Efeitos Especiais, Sebastião Salgado é um ser iluminado por nos trazer para perto, momentos que só vemos jornalisticamente.
Alê Shcolnik
Alê Shcolnikhttps://www.rotacult.com.br
Editora de conteúdo e fundadora do site, jornalista, publicitária, fotografa e crítica de cinema (membro da ACCRJ - Associação de Críticos de Cinema do Rio de Janeiro). Amante das Artes, aprendiz na arte de expor a vida como ela é. Cultura e tattoos nunca são demais!

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