- Publicidade -

FÚRIA

Publicado em:

A ideia de homens dispostos a qualquer sacrifício para encontrar um filho desaparecido ou vingar um ente querido não é nova no cinema. Normalmente ela rende filmes sanguinolentos e repletos de ação. Outrora salvador do povo judeu, Liam Neeson conquistou o status pop de único homem capaz de vencer Chuck Norris, através de virais na internet, graças a filmes como “Sem Escalas” ou a duologia “Busca Implacável”, em que ele encarna um ex-agente da CIA capaz de tudo para proteger sua família. Ganhador de um Oscar em tempos que hoje parecem imemoriais, em busca de um norte para sua carreira, Nicolas Cage não conseguiu ficar de fora deste filão.

No longa-metragem “Fúria”, no original Tokarev, nome de uma pistola soviética, ele vive Paulie Maguire, um ex-integrante da Máfia Irlandesa que deixou o crime organizado e se reinventou como um empresário de sucesso. Apesar da desconfiança geral, ele se mantém longe de qualquer tipo de falcatrua e prega, para quem quiser ouvir, que o trabalho honesto dignifica o homem. Casado com uma mulher bem mais jovem e linda, leva uma vida de sonhos até o dia em que sua filha de 17 anos é assassinada dentro de casa, no que parece uma cruel obra de vingança da Máfia Russa, com quem irlandeses como ele sempre rivalizaram. A partir daí dá para, facilmente, imaginar o que acontecerá no restante do filme.

Sem dúvida alguma, esta é uma película para quem não se importa em “desligar o cérebro” e simplesmente curtir o que é exibido na telona. “Fúria” tem a mesma premissa das obras que consagraram Neeson e outros tantos, mas com uma vocação inata para filme B. Aliás, eu diria que, talvez, inconscientemente ele seja um orgulhoso trabalho deste subgênero cinematográfico. Isto devido, claro, aos seus diálogos toscos, situações inacreditáveis e a risível atuação dramática do seu protagonista.

Dirigido pelo desconhecido Paco Cabezas, o longa-metragem tem como principais qualidades suas sequências de ação, a bela fotografia do polonês Andrzej Sekula, responsável pela mesma em clássicos tarantinescos como “Cães de Aluguel” e “Pulp Fiction” e uma bem guardada revelação pelo roteiro assinado em dupla por Jim Agnew e Sean Keller. “Fúria” é para ser assistido naquele dia em que se está com raiva do mundo e tudo o que você deseja é extravasar sem encher a paciência de ninguém.

Desligue os celulares e boa diversão.

BEM NA FITA: As cenas de ação, o excesso de tiros (para quem gosta) e a fotografia de Sekula, diretor de dois clássicos de Tarantino.

QUEIMOU O FILME: Dialogos e situações risíveis. A atuação shakespeariana de Nicolas Cage.
Crítica também publicada no Blah Cultural

Crítica também publicada no Blah Cultural 

Bruno Giacobbo
Bruno Giacobbo
Um dos últimos românticos, vivo à procura de um lugar chamado Notting Hill, mas começo a desconfiar que ele só existe mesmo nos filmes e na imaginação dos grandes roteiristas. Acredito que o cinema brasileiro é o melhor do mundo e defendo que a Boca do Lixo foi a nossa Nova Hollywood. Apesar das agruras da vida, sou feliz como um italiano quando sabe que terá amor e vinho.

Mais Notícias

Nossas Redes

2,459FansGostar
216SeguidoresSeguir
125InscritosInscrever
3.870 Seguidores
Seguir
- Publicidade -