Série original da Netflix: NARCOS – 2° Temporada

A realidade costuma ser ainda mais cruel que a ficção. No caso desta segunda temporada de Narcos, é difícil imaginar o quanto da história real de Pablo Escobar, no início da década de 90, pode ter sido “suavizada” em sua transposição. Após assistir a sua primeira metade, já é difícil até mesmo para o espectador menos suscetível estar indiferente a tanta crueldade e injustiça.

Criada por Cris Brancato (Hannibal) e produzida por José Padilha (Tropa de Elite), a série que aborda os últimos dias do maior narcotraficante da história da Colômbia finalmente chega à sua apoteótica conclusão, não sem antes fazer algumas outras dezenas de vitimas (sim, a contagem de corpos é bem maior que a da primeira temporada).

Interpretado com ainda mais intensidade por Wagner Moura, Escobar agora confronta a iminente perda do poder, dos aliados e da família. E, principalmente, o prenúncio de uma morte anunciada. O ator consegue alternar surpreendentes lapsos de humanidade do monstro com momentos de grande grau de perversidade, às vezes, na mesma cena. A dúvida sobre qual “Pablo” estamos assistindo paira o tempo todo na nossa cabeça.

Embora Padilha não tenha assinado a direção de nenhum episódio, esta segunda temporada parece visualmente mais próxima da estética que o definiu no cinema. A conclusão nos leva a uma reflexão sobre quanto mal é necessário para se extinguir outro. E se é possível retomar sua vida depois de tantas sequelas. Respostas difíceis estampadas até hoje na situação social do país, que provam que a realidade, definitivamente, é ainda mais cruel.

Se você terminou a série sem superar a dependência desta história de Escobar, não deixe de conferir os documentários Quem Matou Pablo Escobar? e Pablo Escobar: Anjo ou Demônio também disponíveis na Netflix. Ambos revelam detalhes ainda mais chocantes através de entrevistas e imagens da época.

Por: Marcelo Cypreste