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Espetáculo superpremiado, Caranguejo Overdrive na Cidade das Artes

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A peça traz os traços de linguagem que caracterizam o trabalho muito original d’Aquela Cia – dispositivos hipertextuais, a relação com a cultura pop contemporânea.

Ele é um homem, ou um caranguejo, ou um soldado, ou um operário. Mergulhado na guerra, sofre um colapso; de volta à cidade onde nasceu, encontra um Rio de Janeiro em convulsões urbanísticas – uma cidade, para ele, irreconhecível e com sabor de exílio. Cosme, ex-combatente da Guerra do Paraguai, dispensado por ter enlouquecido na batalha, volta nos anos 1870 ao Rio. Procura o Mangue – a parte da cidade então chamada Rocio Pequeno, hoje a Praça 11 – e se emprega na construção do canal que representou a primeira grande obra de saneamento do Rio. Mais uma vez é presa de uma crise – abandona tudo, vaga pela noite, mergulha no delírio. Apanhado por uma tempestade dessas tão conhecidas dos cariocas, torna-se enfim um caranguejo.

Duas referências se impõem na proposta de Caranguejo Overdrive – a primeira, a do Manguebeat de Chico Science, uma fusão de música eletrônica e tambores de maracatu. Mais uma vez, a música em cena compõe a performance, com Felipe Storino (guitarra e direção musical) à frente. São todas canções/trilhas originais, dialogado com a performance dos atores.

A segunda referência é ao trabalho do geógrafo Josué de Castro , em sua dura poética, serve aqui de mote: “A lama dos mangues de Recife, fervilhando de caranguejos e povoada de seres humanos feitos de carne de caranguejo, pensando e sentindo como caranguejo. São seres anfíbios – habitantes da terra e da água, meio homens e meio bichos. Alimentados na infância com caldo de caranguejo – este leite de lama -, se faziam irmãos de leite dos caranguejos. […] A impressão que eu tinha era a de que os habitantes dos mangues – homens e caranguejos nascidos à beira do rio – à medida que iam crescendo, iam cada vez se atolando mais na lama”[1] .

A peça vencedora do Prêmio Shell em três categorias (Direção, Texto, e Atriz) estreou na Ocupação 10 anos Aquela Cia., no Mezanino do Espaço SESC em Junho de 2015, com enorme sucesso de público e de crítica. Em Agosto do mesmo ano, realiza uma segunda temporada no Espaço Sesc e, em seguida, reinaugura a Casa da Gávea em nova temporada. Em setembro, participa do Festival Interculturalidades e em outubro participa do FIAC (Festival Internacional de Artes Cênicas da Bahia). Em janeiro de 2016, em uma nova Ocupação da Aquela Cia. realiza nova temporada dentro programação de reabertura do tradicional Teatro Serrador, localizado no centro do Rio de Janeiro. Em seguida, realiza temporada de grande sucesso de público e crítica em São Paulo, no Sesc Pinheiros. E em Março, participa do Festival de Teatro de Curitiba.

Serviço:
Teatro Caranguejo Overdrive
Data: 15/10 e 16/10, Sábado e domingo, às 18h e 21h
Ingressos: R$50,00 (inteira), R$25,00 (meia)
Local :Cidade das Artes, Av. das Américas, 5300 – Barra da Tijuca, Rio de Janeiro
SALA Eletroacústica
Classificação: 16 Anos

Rota Cult
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Redação do site E-mail: contato@rotacult.com.br

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