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Sangue do meu Sangue

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cartaz_sangue-do-meu-sangue_altaHá muita coisa errada na história do mundo. Havia um tempo em que mulheres eram queimadas por serem consideradas bruxas por razões das mais estúpidas. O filme Sangue do Meu Sangue conta, primeiramente, a história de Federico no século XVII, um soldado cujo irmão gêmeo morreu por um caso amoroso. Na metade do filme, o público é transportado aos tempos atuais, para agora acompanhar a história de Conte, um senhor que mora no monastério onde o irmão de Federico se suicidou, e que precisa encarar alguns fantasmas do passado.

A história começa com Federico (Pier Giorgio Bellocchio) procurando o monastério onde o irmão trabalhava. Ele precisa ir, pois a mãe encontra-se desolada não só com a notícia de que perdeu um de seus filhos, mas ainda por saber que ele foi enterrado em uma terra de pecadores, ao invés de velado em local reservado para homens santos. Tudo isso porque foi descoberto que ele possuía um relacionamento secreto com a freira Benedetta (Lidya Liberman), que precisa confessar estar possuída pelo demônio para que seu amante descanse em paz em terra sagrada.

Algumas provas de tortura são oferecidas a Benedetta para que comprove estar sob o domínio de satã como: cortar seu cabelo, jogá-la em um rio amarrada a correntes, queimá-la e trancafiá-la eternamente atrás de um muro. Enquanto isso, Federico passa a questionar sua integridade e desafia sua crença. Ele possui desejos fisiológicos, a missão dada pela mãe e os próprios princípios a refletir quando se percebe na encruzilhada da honra do irmão e a vida da jovem freira.

Após uma parcial resolução do primeiro ciclo do filme, o público é levado para o presente, onde na mesma cidade italiana, Bobbio, a população fica comovida com a chegada de um músico famoso: Rikalkov (Ivan Franek), acompanhado do inspetor Federico. O primeiro deseja comprar o monastério onde toda a história da primeira parte do filme ocorreu, e cabe ao inspetor encontrar a maneira correta de negociar e convencer o atual dono de vender o local.

Esse dono é Conte (Robert Herlitzka), um escritor excêntrico que abandonou a esposa e a cidade que tanto lhe inspirou pela reclusão do castelo onde vive. A visita do inspetor investigativo também traz curiosidade aos cidadãos de Bobbio que se aproximam dele para pedir ajuda em diferentes causas, uma delas é a esposa do Conte (Patrizia Bettini). Ela deseja descobrir o paradeiro do marido, a quem Federico agora sabe ser o dono do monastério. Apesar de contar com esta carta na manga, ainda é preciso que Conte termine esses assuntos pendentes e conclua sua filosofia de vida para tomar uma importante decisão.

O longa traz o drama do primeiro ciclo de forma interessante, mas após uma transição rápida entre tempos, o tom se transforma em comédia, quebrando o clima. No final, o drama é retornado não somente para dar a conclusão das várias histórias que foram abertas, e que confundem o público sem um foco onde se concentrar, mas também para dar significância ao título. Utilizando os mesmos atores para ambas as partes, há algum ritmo a ser seguido nesse filme “dois em um” nesse filme “dois em um”, mas, infelizmente, não fica claro o suficiente para reter a atenção de quem assiste.

“Sangue do meu Sangue” possui influências variadas do cinema italiano e estrangeiro, mas acaba se transformando em uma bagunça de personagens, enredos e tragédias clássicas e contemporâneas.

Luana Feliciano
Luana Feliciano
Estudante de Jornalismo, ama escrever e meus filmes favoritos sempre me fazem chorar. Minhas séries preferidas são todas de comédia, e meus livros são meus filhos.

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