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A turma de Charlie Brown e Snoopy chegam aos palcos cariocas com o musical “Meu amigo Charlie Brown”

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Criado por Charles Schulz em 1950, as tirinhas de jornal os Peanuts são mundialmente conhecidas tanto pelos quadrinhos, quanto em suas adaptações para cinema, televisão, e produtos licenciados.

A turma de Charlie Brown e Snoopy, como é mais conhecida no Brasil, tem identidade muito forte por ser voltada ao público infantil, mas com bastante melancolia e teores de conflitos psicológicos, e sua adaptação para os teatros não é diferente.

Além de trazer todos situações rotineiras das tirinhas e personagens bastantes característicos, o espetáculo que narra um dia na vida de Charlie Brown e seus amigos, estabelece diálogos sobre solidão, tristeza, depressão e baixa estima de forma leve e infantil, mas por vezes de difícil absorção para as crianças.

Com uma narrativa episódica que remete as tiras e sem um arco narrativo definido, o espetáculo remonta o universo criado por Schulz, tanto visivelmente através de cenários, figurinos e projeções, quanto de interpretações bem detalhadas nas características clássicas das personagens.

Tudo é bastante fiel a obra original, de forma que o fã adulto possa notar as diversas referências e detalhes das tiras mais populares, mas ao mesmo tempo através de um espetáculo de cores e músicas contagiantes, possa estabelecer para as crianças aquele universo, e apresentar à aqueles personagens.

Com ótimas interpretações em igual, todo o afiado elenco consegue reproduzir os traços de seus personagens com credibilidade e toques humanos. O Charlie Brown interpretado por Leandro Luna, ganhador do prêmio Bibi Ferreira desse ano, é bem mais realista e identificatório. Com sua timidez, trapalhadas e pessimismo, Charlie Brown parece muito mais atual em tempos de discussões mais acirradas sobre bullying e assédio sofridos nas escolas.

Todos personagens parecem ter saído dos cartoons e cada um com seu espaço em cena, alguns com ótimos números solos musicais como é o caso de Linus e seu paninho.

Tiago Abravanel se saí bem e é bastante carismático em cena, como já tinha provado no espetáculo de Tim Maia, mas foge um pouco da leitura tradicional de Snoopy largando o cinismo do personagem e o deixando mais bonachão. O figurino utilizado para o famoso cachorrinho também deveria ser repensado.

Com bons elementos e elenco, por vezes o espetáculo perde a força por carecer de uma trama que conduzisse melhor a história dando fluidez para o texto, diferente da mais recente adaptação da turma para o cinema também esse ano, que mesmo não sendo excelente, consegue com uma trama simples divertir e prender a atenção dos pequenos.

Algumas situações parecem meio deslocadas por serem distantes de nossa cultura e não receberem uma melhor adaptação, assim causam ainda mais irregularidades.

Mesmo sendo uma boa montagem brasileira, é uma musical humilde sem grandes ambições. Com apenas 6 atores em cena, poucas trocas de figurino, pouquíssima coreografia e números musicais irregulares.

É um excelente entretenimento e deve atrair o público menor, além de agradar aqueles que são apaixonados pelos Peanuts, entretanto, é um espetáculo esquecível e não funciona tão bem como musical, e ainda continua sendo muito mais relevante em suas tiras originais.

Serviço:
Musical “Meu amigo, Charlie Brown”
Temporada: 12 de novembro a 04 de dezembro
Sábado às 15h e Domingo às 11h e 15h
Local: Teatro Bradesco Rio Shopping VillageMall (Avenida das Américas, 3900 – Barra da Tijuca)
Classificação: Livre
Menores de 14 anos, somente poderão entrar acompanhados dos pais ou responsáveis.
Crianças até 24 meses de idade que ficarem no colo dos pais, não pagam.

Rota Cult
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Redação do site E-mail: contato@rotacult.com.br

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