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Tamo Junto

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tamo-juntoConhecer o seu público pode ser uma das principais vantagens de um grande escritor, assim armado de uma vida de referências a séries, filmes, games e música, o diretor e roteirista Matheus Souza (Apenas o Fim) retorna aos cinemas com a comédia Tamo Junto.

O jovem diretor que ganhou notoriedade em 2008 quando Apenas o Fim ganhou o grande prêmio do público no Festival do Rio e na 32ª Mostra de Cinemas de São Paulo é conhecido por abordar de uma forma muito natural e cômica diversos dilemas e questionamentos que o jovens em especial da Geração millenium. Assim frustrações amorosas, crises existenciais e a busca pela felicidade são temas recorrentes em sua obra.

Em Tamo Junto, acompanhamos a história de Felipe (Leandro Soares), um jovem desempregado e sem visão de um grande futuro, que resolve terminar o seu abusivo relacionamento e voltar a ter uma divertida vida de solteiro com os amigos. O que Felipe não esperava é que a vida de solteiro aos 27 anos pode ser mais difícil e solitária do que parece. E dando oportunidade ao acaso, ele acaba revivendo sua amizade de escola com o excêntrico e infantil Paulo Ricardo (vivido pelo próprio Matheus Souza) e reencontrando Julia (Sophie Charlotte) seu antigo amor de escola que está com casamento marcado.

Assumindo o seu lado mais cômico em uma obra que é um claro exercício do gênero, Matheus foca mais uma vez na “juventude” e dessa vez conversa sobre a falta de urgência em crescer e criar vínculos de responsabilidade. O problema é quando a mensagem por trás da obra se perde em seus personagens. Falta química entre os protagonistas para guiar a história, falta desenvolvimento na relação entre Felipe e Julia, e nós ainda temos Paulo Ricardo, um estereótipo do que seria um nerd nos anos 80 e 90, perdendo assim toda noção de realidade, afinal ser nerd é “cool” nos dias de hoje. Isso tudo acompanhado de uma atuação extremamente caricata de Matheus Souza, que talvez tenha se perdido no acumulo de funções.

Assim sem muitas ambições em sua história e partindo para diversos clichês na tentativa de conquistar a atenção imediata do público, Tamo Junto pode divertir o público, mas deixa o mais importante para trás, a intenção de abordar a visão das frustrações de uma geração.

Renato Maciel
Renato Maciel
Carioca e tijucano, viciado em filmes, séries e tudo envolvendo cultura pop, roteirista e estudante de cinema, podcaster no Ratos de Cinema

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