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Tese sobre um homicídio

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tese-sobreBaseado num romance homônimo de Diego Paszkowski, com direção de fotografia de Rolo Pulpeiro (Um conto chinês) e dos mesmos produtores de O segredo dos seus olhos (2009), Tese sobre um homicídio é o segundo filme dirigido por Hernán Goldfrid.

A trama, no estilo policial, parece mais um thriller psicológico. Roberto Bermúdez (Ricardo Darín), ao presenciar o corpo de uma mulher assassinada, desconfia que o crime foi cometido por Gonzalo (Alberto Ammann), seu astuto e arrogante aluno. Começa então um jogo de gato e rato entre professor e aluno que não são apenas professor e aluno. Bermúdez é amigo dos pais de Gonzalo, que o conhece desde criança e, desde então, nutre por este advogado, professor e escritor uma especial admiração.

Por trás disso, uma série de ocultamentos e sugestões vai deixando pistas e mantendo a atenção do espectador. Mas também deixa falhas. Por fim, o que importa não é descobrir o assassino, mas, sim, o modo como as suspeitas são enredadas. Também em segundo plano correm tramas aparentemente secundárias como o relacionamento de Bermúdez com a ex-mulher Monica e com a irmã de Vale, a jovem assassinada.

O espectador acompanha a recolha de dados que Bermúdez empreende – pistas que seguem numa direção que faz sentido. Contudo, outras pistas são, em menor quantidade e de modo atenuado, encaminhadas rumo ao possível equívoco de Bermúdez. Ao colocar na mesa questões éticas sobre condutas profissionais, não se sabe, afinal, se o filme trata de processos legislativos ou da obsessão de um homem, advogado aposentado, de justiça (?) ou da busca solitária pela verdade (?). Tudo isso, claro, instiga o espectador. Mas Tese sobre um homicídio está bem longe de ser uma obra-prima do gênero.

O principal atrativo do filme é, sem dúvida, mais que a presença de Ricardo Darín, a sua excessiva exploração visual, não só porque o ator aparece em todas as cenas (TODAS), mas porque, em algumas delas (especialmente duas: uma, no museu; e outra, ao usar um retroprojetor), a sua imagem é multiplicada na tela por efeitos diversos. Ricardo Darín já participou de filmes melhores e já atuou de forma mais inteira. Não me canso nunca de rever Nove rainhas (2000) ou qualquer um dos longas que marcam sua parceria com Juan José Campanella, sobretudo O clube da lua (2004). Se há um motivo para assistir a Tese sobre um homicídio é o seu protagonista.

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