A última Ressaca do Ano

 É obvio demais dizer que comédia tem que ser engraçada, isso é um requisito primordial. Além da graça ela também tem que ser original, melhor dizendo ter uma identidade própria, não precisa revolucionar o estilo. Exemplos não faltam como Apertem o cinto, o piloto sumiu ou Se beber não case. Ambos tem ideias não muito originais, mas que acrescentaram mais do que subtraíram para o gênero.

No caso de A última ressaca do ano, dirigido por Josh Gordon e Will Speck, é um exemplar clássico de filme que tenta emular varias temáticas já usadas em outras comédias americanas, mas que sofre por não acrescentar nada ou usar piadas sem timing. Há muitos elementos que remetem ao filme Projeto X  , onde a câmera é posicionada entre os participantes da festa para projetar uma visão mais intimista, ao seriado The Office (chefe legal que tenta conquistar o amor dos seus empregados mas é muito atrapalhado) ou Quero matar meu chefe (chefe diabólica que quer complicar a vida dos empregados).

Se o roteiro é pouco inspirado o elenco então mais atrapalha do que ajuda, a começar por Jason Bateman e Olivia Munn que compõe um arco romântico fraquinho e atuam no automático, Jennifer Aniston se repete com a personalidade diabólica de sua personagem em Quero matar meu chefe, mas dessa vez, sem a sensualidade da personagem, fechando o elenco principal, Kate McKinnon que surpreende com um humor forçado que se apoia em gases e piadas de assédio sexual.

Por fim, A última ressaca do ano é apenas mais um exemplar de besteirol, que as companhias tem produzido cada vez mais. Talvez por acharem que o humor deve ser apenas, sobre sexo, bebida ou palavrões, os roteiristas fazem um recorte de várias comédias que já fizeram sucesso seria o suficiente para engrenar um novo projeto, mas não é. A lição que fica: Roteiro e elenco fracos produzem uma verdadeira ressaca no publico.