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Com direção de Monique Gardenberg, texto de Jô Bilac estreia versão completa no CCBB

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Fluxorama,  surge de um processo de investigação da dramaturgia performativa. Tomando o ato de pensar como ponto de partida, a narrativa é constituída sob a ótica de personagens que vivenciam situações-limite e tornam-se reféns do fluxo de seus pensamentos e memórias, num curso ininterrupto de consciência.

A encenação toma como alicerce essa poética. A organização gráfica das palavras no papel e a pontuação formam uma espécie de dramaturgia concreta que determina a cadência da fala.

A montagem de Monique Gardenberg conta com instalação de Daniela Thomas, trilha composta por Philip Glass, figurinos de Cássio Brasil e está dividida em quatro monólogos, quatro histórias distintas que juntas compõem o Fluxorama, que estreou em São Paulo em Julho de 2016.

No primeiro fluxo, AMANDA, interpretada por Deborah Evelyn, o público está diante de uma mulher com uma doença degenerativa misteriosa, que ao acordar se percebe surda e decide manter sigilo quanto ao seu estado. Com o passar das semanas Amanda vai perdendo outros sentidos vitais, redimensionando o tamanho da sua existência e suas escolhas na vida.

No segundo fluxo, LUIZ GUILHERME, interpretado por Luiz Henrique Nogueira, estamos diante de um acidente de carro: um homem numa estrada deserta, preso entre as ferragens do seu carro, tenta manter a consciência enquanto espera o resgate. Através de suas lembranças mais recentes, se apega a pequenas e grandes questões que tangem sua vida, como o seu relacionamento, os bens que adquiriu, as contas a serem pagas, um balancete sem saldo final.

No terceiro, VALQUÍRIA, vivida por Marjorie Estiano, acompanhamos uma mulher que cruza o ano correndo pela primeira vez uma maratona, a São Silvestre da São Paulo. Ao tentar superar os limites do seu corpo, seus pensamentos surgem como flashes desconexos a medida em seu desafio se transforma numa luta pela própria auto-estima.

O espetáculo finaliza com MEDUSA, texto ainda inédito, com o ator Emílio de Mello vivendo a tentativa desesperada de uma homem de meditar em meio ao caos urbano. Ao tentar esvaziar a mente, a busca por um sentido na vida se coloca em seu caminho.

Indo além no interesse em redimensionar o prisma de criação e discussão estética no teatro, Jo Bilac propõe analogias menos segmentadas entre as artes. De um modo geral, Fluxorama tem interesse por gráficos e imagens que escapam do cerco científico, ao prospectarem lugares e espaços impossíveis (dentro e fora da cabeça). Os 4 fluxos se convergem para um único espetáculo, criando amarração entre o subversivo social e a intimidade da mente. Fluxorama se propõe a uma reflexão a respeito do homem contemporâneo e o fluxo da vida, que corre acima de sua existência, o tempo inexorável e os limites físicos (que revelam nossa condição animal perecível) se contrapõe com a capacidade do homem de se angustiar com a grandeza da sua própria existência.

Serviço:
FLUXORAMA
Local: CCBB Rio – Teatro I (Rua Primeiro de Março, 66 – Centro)
Temporada: 26 de Janeiro à 12 de Março – Quinta a Domingo às 19h
Ingressos: R$ 20,00
Duração: 80 minutos
Recomendação: 14 anos

Rota Cult
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Redação do site E-mail: contato@rotacult.com.br

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