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“O Crime da Gávea” apresenta uma trama de mistério de forma didática

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Adaptação do romance homônimo de Marcílio de Moraes (autor e roteirista da TV Globo), “O Crime da Gávea” é um filme de amor e mistério, com uma certa visão crítica da sociedade brasileira cheia de reflexões existenciais.

Um misterioso assassinato, paixões e traição são alguns dos ingredientes do romance de estréia do roteirista Marcílio Moraes (autor de novelas de sucesso, como “Roque Santeiro”, “Roda de Fogo”, “Mico Preto”,  e “Irmãos Coragem”).

O narrador se vê preso numa teia de suspeitas em torno da morte de sua mulher e resolve investigar o crime por conta própria. Suas descobertas irão levá-lo até o alto da Pedra da Gávea, onde o confronto é ambíguo, tanto nos diálogos que envolvem temas existenciais e metafísicos, como pela montagem.

O filme conta com ingredientes clássicos para uma trama de mistério que se fazem presentes de forma didática. O tom noir e a fotografia acinzentada ajuda a ambientar o longa que tem tudo para ser bem construído, mas parece passear pela cidade destacando seu turismo com um ar sombrio, dando destaque para a famosa Pedra da Gávea. O Jóquei Clube, o Parque da Cidade e outros lugares emblemáticos do charmoso bairro da zona sul carioca fazem parte desse passeio cinematográfico.

A falta de sentido aparente e a estranheza do crime se tornam evidentes nos primeiros momentos da investigação (e na montagem também). No interrogatório a que é submetido, Paulo, agora viúvo e com um filho pequeno para cuidar, percebe que é o primeiro suspeito, o que aumenta o absurdo da situação em que vive.

A intenção do diretor é montar um quebra-cabeça junto com o espectador, sobre a trama, mas infelizmente, tudo fica muito confuso em cena.

Alê Shcolnik
Alê Shcolnikhttps://www.rotacult.com.br
Editora de conteúdo e fundadora do site, jornalista, publicitária, fotografa e crítica de cinema (membro da ACCRJ - Associação de Críticos de Cinema do Rio de Janeiro). Amante das Artes, aprendiz na arte de expor a vida como ela é. Cultura e tattoos nunca são demais!

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