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Saídas para um labirinto escuro e perigoso na inversão de papéis em “Labirinto”

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Está em cartaz, no Centro Cultural da Justiça Federal, a peça “Labirinto”, com as atuações de Otto Junior, Paula Calaes e Rodrigo dos Santos. A montagem é uma transposição do mito de Teseu e do Minotauro para um cenário moderno.

Ao longo da apresentação não fica claro se as referências feitas foram a uma condição humana de covardia, de confusão diante de uma situação adversa – um labirinto que todos enfrentamos -, ou, à situação política do país e do mundo. É uma peça que nos permite pensar e questionar várias aspectos da existência, dada a grande subjetividade.

São exploradas estéticas e linguagens abissais. O uso da iluminação e da sonoplastia favorecem a criação de um clima soturno e pouco acolhedor. Junto às personagens, o espectador sente-se perdido dentro do labirinto, e nada parece responder à esfera do sentido, mas sim à do medo. O medo de morrer, o medo de fracassar, o medo de enfrentar forças poderosas. Não há preocupação com formas agradáveis, ao contrário, o claustro e o cruel são as tônicas. Tenta-se encontrar uma saída.

Uma inversão de papéis também é proposta: o lugar do minotauro é explorado como irradiador de questões, tanto quanto o de Teseu. Há muito espaço para avanços ao longo da temporada. A mensagem comunicada deve ser mais depurada e clarificada. De certa forma, pessoas com uma alta capacidade crítica e de abstração podem fazer da experiência um exercício de debate e elucubração acerca de inúmeras questões, referentes ao indivíduo e à sociedade.

Felipe Mury
Felipe Mury
Felipe Mury é ator formado pela Casa de Artes de Laranjeiras e bacharel em Direito pela UFRJ. Amante das Artes Cênicas, especializou seu olhar em relação ao Teatro, sendo uma ficcionado por Shakespeare e Brecht.

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