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Thriller de baixo orçamento, “Hush – A Morte Ouve”, de Mike Flanagan, no Netflix

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Por Rafaelo Salles:

Bem pouco badalado durante o seu lançamento em 2016, Hush – A Morte Ouve pode ser considerado um dos trabalhos recentes mais inspirados da fértil produtora de terror Bloumhouse. O diretor Mike Flanagan (Ouija: Origem do Mal e O Sono da Morte) estabelece uma premissa simples: o clássico jogo de gato e rato entre assassino e vítima. No entanto, essa dinâmica ganha um tempero que se torna elemento chave para a originalidade da produção: a vítima é surda.

A atriz Kate Siegel (que também assina o roteiro, ao lado de Flanagan) vive Maddie, uma escritora deficiente auditiva que vive confortavelmente em uma casa em um belo e quieto bosque. Essa reclusão e isolamento proporcionam o ambiente perfeito para que ela trabalhe em seu vindouro romance. No entanto, essas são condições que também viabilizam a aproximação de um homicida que está à espreita. O maníaco, interpretado por John Gallagher Jr (Rua Cloverfield, 10), prontamente corta a conexão de Maddie com o mundo exterior. Ela, então, encontra-se isolada no meio do nada, sem telefone ou internet, incapaz de ouvir e com um assassino à sua caça.

Toda a construção de um terrível jogo psicológico se segue e, conforme Maddie vai ficando cada vez mais exposta e vulnerável, você provavelmente vai se pegar prendendo a respiração. Fica claro que a proposta de um thriller de baixo orçamento como Hush – A Morte Ouve é manter toda a ação focada naquela única locação, a casa isolada na floresta. Essa limitação auto-imposta acaba se tornando benéfica para o desenrolar das sequências, que são enriquecidas com a forma com que a deficiência auditiva da protagonista é explorada. O ícone de sua vulnerabilidade também figura como uma vantagem inesperada. Em um filme com pouquíssimos diálogos e uma protagonista surda, o áudio é um diferencial, e Flanagan demonstra talento ao explorar essa perspectiva. Em muitos momentos, há a completa ausência de sons e ruídos, que nos permitem mergulhar na realidade de Maddie. A partir daí, o diretor nos guia e surpreende com alternâncias entre tais momentos de imersão e as tradicionais explosões de trilha, tão populares no gênero.

Uma produção com um elenco tão diminuto, poucos diálogos e locações limitadas precisa se fiar muito em um roteiro, edição, direção e elenco de qualidade. E é exatamente isso o que acontece em “Hush – A Morte Ouve”. Mike Flanagan mostra cada vez mais potencial dentro do sobrecarregado gênero do terror e sua parceira com a Blumhouse pode render frutos maiores e mais saborosos para os amantes do estilo.

Rota Cult
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Redação do site E-mail: contato@rotacult.com.br

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