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Batman: O Retorno comemora vinte e cinco anos desde seu lançamento

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A neve cai na noite de natal, nos becos escuros alguns gatos vasculham as latas de lixo por comida, as construções em estilo gótico projetam silhuetas assustadoras. Alguns tiros cortam o silencio da noite, quase que de imediato um sinal com um morcego se projeta nos céus, uma sombra esguia é avistada nos telhados e um ser deformado, cujo o grasnado se assemelha aos de um pinguim, se movimenta a passos curtos pelos esgotos.

Batman O Retorno 3Gotham é um local icônico das histórias em quadrinhos por ser a terra dos psicopatas, sendo considerada a cidade mais perigosa de todas. Nessa metrópole sombria e cercada de concreto estão alguns dos maiores criminosos das cultura Pop: Edward Nygma (Charada), Harvey Dent (Duas Caras), Coringa, Oswald Cobblepot (Pinguim) e Selina Kyle (Mulher Gato).

Adam WestEntretanto, apesar do pesado clima sombrio e perigoso, Gotham jamais recebera uma representação adequada nas telas do cinema. Uma das suas adaptações mais famosa foi em 1966, quando um longa baseado no seriado estrelado por Adam West e Burt Ward estreou nos cinemas, causando certo sucesso por adaptar a famosa serie dos anos sessenta, mas ainda assim não se propondo em trazer uma representa fiel aos quadrinhos.

Tim BurtonA partir dos anos oitenta o panorama mudou, os produtores Michael Uslan e Benjamim Melniker compraram os direitos de adaptação do Batman junto a DC Comics com o intuito de fazer a adaptação definitiva do personagem, respeitando sua mitologia sombria e violenta. Para a empreitada, fora contratado o diretor Tim Burton, cujo o estilo enraizado no expressionismo alemão conseguiria criar um clima de misticismo e mistério acerca do herói. Logo em seguida foram contratados Michael Keaton para ser o morcego vigilante e Jack Nicholson para ser o Coringa.

A ousada empreitada deu frutos. Burton conseguiu transpor para as telas uma Gotham fiel ao material original (retratando-a como uma metrópole com elementos tanto dos anos oitenta quanto da art déco dos anos trinta) , assim como um Batman sombrio e um Coringa homicida e mafioso. Com a maior bilheteria de 1989, o estúdio deu sinal verde para Burton trabalhar na sequencia.

Em 1992, os Estados Unidos eram governados por George H. W. Bush, milionário do petróleo e veterano no setor de inteligência. Sua baixa popularidade instigou o roteirista Daniel Waters, convidado por Burton para reescrever a sequencia, a trabalhar o conceito dos novos vilões do novo filme. Há começar pela ideia de uma “família poderosa e tradicional” inspirada nos Bush, surgindo um nome conhecido dentre os fãs do Batman: Oswald Cobblepott.

Danny DeVitoVindo de uma família rica e decadente de Gotham, Oswald cresceu sem conhecer sua fortuna de outrora. Sua personalidade violenta acabou levando-o para o mundo do crime aonde ele se tornou o mafioso Pinguim. Tim Burton decidiu mudar certos aspectos do personagem para enquadra-lo em sua visão fantástica, a começar pela origem uma vez que Oswald não cresceria com sua família mas sim no esgoto, junto a vários pinguins. Para encarnar o vilão ele chamou o ator Danny DeVito para interpreta-lo, tanto a baixa estatura quanto o carisma do ator ajudariam na atuação.

Ainda no conceito de inspiração política, Daniel Waters criou um personagem exclusivo para o filme. Max Shreck foi criado como uma sátira aos empresários monopolistas e descontrolados, nas palavras de Waters, “vilões do nosso mundo não usam fantasias”. A sátira também se estendia aos patrocinadores de campanhas políticas, uma vez que Shreck apoia publicamente a candidatura do Pinguim para prefeito. O vencedor do Oscar de melhor coadjuvante, Christopher Walken, fora escolhido justamente por seu semblante assustador.

Michelle_Pfeiffer_como_Mulher_GatoMas não só de criticas políticas se baseou Burton, era necessário alguém que servisse como o oposto mas ao mesmo tempo igual à personalidade do Batman, escolhendo ninguém menos que a Mulher Gato. Selina Kyle foi um dos primeiros personagens a aparecer na mitologia do Cavaleiro das Trevas, sendo representada como uma sedutora ladra. Sua origem é similar a de Bruce Wayne, ambos eram órfãos, moradora de rua e mais tarde criminosa, sempre a colocaram em conflito com o Batman ao mesmo tempo em que uma atração mutua se iniciava entre ambos.

Burton buscava por uma atriz que não esbanjasse uma beleza obvia mas implícita e sedutora, tal como a personagem. A escolhida foi Michelle Pfeiffer, famosa por contracenar com Al Pacino em Scarface e reconhecida como um dos talentos de sua geração, Pfeiffer convenceu no teste de elenco, ao vestir o traja da vilã e se mover de maneira lenta mas perigosa, similar a de felinos.

Após a estreia o filme recebeu criticas positivas por parte da imprensa, além de ter sido aclamada por parte dos fãs, por finalmente trabalhar o universo sombrio de uma maneira mais expandida do que no longa anterior. Para a imprensa o filme funcionara por justamente casar um universo basicamente gótico com um diretor especializado na temática de fantasia sombria. Entretanto, Tim Burton viria a ser criticado pelo uso de cenas muito violentas, temáticas perturbadoras (crianças sendo sequestradas), conotação sexual e pelo designer assustador do Pinguim. Por fim, ele acabaria afastado de uma nova sequencia.

Vinte e cinco anos após sua estreia Batman: o retorno ainda mantém a mesma jovialidade de outrora. Cultuado por alguns fãs como o melhor filme do Cavaleiro das Trevas, a Gotham City fria e eternamente escura de Burton é tida como prova de que o cinema tem o poder de retratar qualquer realidade, não importando se é real ou um sonho sombrio e belo.

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