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Exibido no Rotterdam Film Festival, ‘CORPO ELÉTRICO’ divulga trailer

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CORPO ELÉTRICO, de Marcelo Caetano, acompanha Elias, um jovem que tenta equilibrar seu cotidiano entre o trabalho em uma fábrica de vestuários e encontros casuais com outros homens na cidade de São Paulo. O filme parte da região do Bom Retiro onde Elias trabalha e do Arouche onde mora – e vai se expandindo a partir de cada encontro. Com o ex-namorado Arthur, filme mostra a Zona Oeste da cidade e a dualidade da doce vida dos  deslocados em sua própria terra. Acompanhando o gerente da fábrica, Anderson, o filme se desloca para o Perus, onde uma família de classe média remediada abriga uma noitada dos operários. Depois para a Brasilândia onde mora Marcia e a família Pantera. “Do centro para a periferia, da periferia para o centro. O mais importante para mim era mostrar os deslocamentos na cidade, esses corpos que dançam e transitam pelas ruas, as caminhadas na rua, os ônibus. Eu cresci vendo um cinema paulista muito preso nos apartamentos e nos estúdios. Ainda que ame filmar a cama, o quarto, a intimidade, acredito que os afetos precisem ganhar as ruas e meu filme é quase um manifesto dentro do cinema paulista nesse sentido.”, diz o diretor Marcelo Caetano

O personagem Elias sai da litorânea João Pessoa para a agitada São Paulo porque romantiza as possibilidades de encontro que a metrópole pode lhe trazer. Chegando nesse sonho feliz de cidade, descobre que para ter uma vida confortável e um mínimo de prazer, teria que trabalhar muito, mas muito mais do que imaginava. O trabalho passa a dominar sua vida e quando percebe, ele está lutando para não cair no automatismo das rotinas, dos papos sobre trampo e nos longos deslocamentos casa-trabalho. Seu cotidiano é tão preenchido pela fábrica, que é através dos próprios colegas de trabalho que vive os encontros que sonhava, as catarses das festas, se abre para novos universos. Esta jornada é baseada em muitas das experiências que milhares de pessoas vivem ao sair de suas cidades para morar em São Paulo e outras grandes capitais do país, como parte de um grupo de “migrantes sexuais” que saíram de suas cidades conservadoras para o sedutor anonimato de São Paulo.

O Longa tem também um longo lastro no cinema brasileiro, e o filme dialoga mais notadamente em São Paulo S/A de Luiz Sergio Person. Carlos, o personagem de Walmor Chagas no filme de Person, é um representante de uma classe média em formação, em ascensão, que via no sucesso financeiro uma saída para sua angústia existencial. Já em CORPO ELÉTRICO, Elias encontra um capitalismo e uma classe média estabelecida na cidade, ainda que suas contradições ainda estejam presentes e perversamente naturalizadas. Assim como Carlos, o trabalho e a independência financeira não suprem seu desejo pela vida, são dois personagens que não querem decidir, traçar metas, planos burgueses e a melancolia é um traço de suas vidas.

Dirigido Marcelo Caetano, que escreveu o roteiro do filme junto com Gabriel Domingues e colaboração de Hilton Lacerda, o filme começou sua carreira no Rotterdam Film Festival na Holanda e participou de importantes festivais como o de Guadalajara no México, onde recebeu o Prêmio Maguey, Festival de Hong Kong, Off Camera, Krakow na Polônia, BFI Flare em Londres, Outfest de Los Angeles, entre outros 10 festivais anunciados até agora e mais 5 para anunciar em breve. O filme estreia dia 17 de agosto, mas antes será o filme de abertura do Festival de Cinema Latina, que começa em em 27 de julho.

 

Rota Cult
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Redação do site E-mail: contato@rotacult.com.br

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