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Do cinema para a televisão: Valentina Herszage, a Bebeth de “Pega Pega”

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Cria do cinema, Valentina Herszage ganhou prêmios como melhor atriz no Festival de Veneza e no concorrido Festival do Rio pelo longa Mate-me Por Favor. Agora Valentina  está roubando a cena na novela das 19h, “Pega Pega”, onde interpreta a filha do ator Mateus Solano.

Na história, ela vive Bebeth, a jovem menina traumatizada pela perda precoce da mãe que conversa com a canguru de pelúcia Flor, a quem acredita ter vida própria e ser sua melhor amiga.  Confira a entrevista com a atriz:

“Mate-me, Por Favor” foi muito elogiado pela critica, sendo inclusive premiado no Festival de Veneza e no Festival do Rio. Como foi viver essa experiência?
Valentina Herszage – Foi como um sonho. O Mate-me me abriu os olhos para as câmeras, para o cinema. Me introduziu um outro tipo de interpretação. A preparação, as filmagens, a equipe e o elenco, tudo isso já foi incrível. Os prêmios são um reconhecimento a mais que com certeza nos enche de orgulho. Foi uma experiência, para uma menina de 15 anos, além do que eu poderia imaginar.

O reconhecimento do seu trabalho veio cedo, a fama também, como você lida com ela?
Valentina Herszage – O trabalho do ator tem que decorrer independente da fama. A fama é uma das consequências de um trabalho bem feito. Ainda é cedo para dizer que sou famosa, mas se você classifica dessa maneira, fico feliz, pois meu trabalho está surtindo efeito

Tem algo de psicanalítico em “Mate-me, Por Favor” assim como na sua personagem em “Pega Pega”, a psicologia te fascina? Te ajuda na construção de seus personagens?
Valentina Herszage – Me fascina desde sempre. A psicanálise apareceu na minha vida através da minha mãe e eu mesma faço análise e amo. Os personagens são construções assim como nós. Somos o que somos por tudo que passamos e pelas relações que temos durante a vida. A construção do personagem não se distancia disso nem um pouco. Um personagem é um conjunto de vida que nós criamos ou mesmo que são apresentados durante o texto.

Cada ator tem um processo, uma escolha. Você vem do cinema, televisão e teatro são consequências do seu trabalho? Ou fazem parte do seu processo de construção como atriz?
Valentina Herszage – Acho que cada trabalho pede um processo diferente. Cada personagem, antes mesmo de existir, te aponta algum caminho de criação (mesmo que no meio tudo mude). Com certeza vir do teatro é uma base importantíssima que eu carrego. O teatro trabalha o desequilíbrio, o teatro extrapola, é a melhor maneira de pesquisar mais profundamente um personagem para depois ir afinando ao nível de realidade/naturalismo de cada trabalho.

Como foi o processo de construção da sua personagem em “Pega Pega”? Você teve liberdade para construir a Bebeth à sua maneira ou teve que seguir determinados pré-requisitos para construí-la?
Valentina Herszage – O processo com a Maria Beta Perez foi essencial. Tínhamos algumas bases e já algumas cenas da Bebeth, o que nos ajudou a dar um norte para a construção. A Beta me deixou bastante livre para descobrir sozinha como seria Bebeth, ela me trouxe propostas e me instigou, sempre me deixando aberta para pensar e errar. As relações foram sendo construídas com os outros atores, que também estavam extremamente abertos para o processo.

E a repercussão da personagem nas ruas, como tem sido?
Valentina Herszage – Tem sido incrível. Cada vez mais sou parada na rua por pessoas dizendo “Eu não sabia que o que eu sentia era ansiedade até assistir a sua personagem. Me identifiquei” é muito incrível poder falar sobre esse assunto e ver que quase todo mundo sente uma identificação, a ansiedade faz parte da vida de todos nós e alguns casos, claro, são mais intensos que outros. A Bebeth é uma personagem muito humana, acho que isso aproxima ela do público.

Você contracenou com um canguru em cena. O que Freud acharia disso? E Lacan?
Valentina Herszage – Acho que Freud autorizaria… quando não temos como lidar com alguns sentimentos ou angústias, a projeção em algum objeto pode ser um recurso. A canguru funcionou por um tempo para Bebeth… depois os laços que ela construiu no hotel foram mais importantes.

Você leva para sua personagem um carisma muito grande, ao mesmo tempo surge uma certa melancolia. A Bebeth é uma personagem cheia de nuances, tem sido um desafio?
Valentina Herszage – Isso foi algo que eu, desde o início, via para Bebeth. Eu sabia, ainda sem saber exatamente como fazer, que ela teria muitos lados. Bebeth é uma menina fraca, forte, sensível, dura, engraçada, profunda. Isso é a característica mais incrível do lugar humano. Bebeth “é” muitas coisas ao mesmo tempo e isso eu fui descobrindo enquanto fazia, enquanto experimentava.

Qual é a importância de Bebeth na sua carreira?
Valentina Herszage – Eu sempre tenho a imagem na minha cabeça dos meus personagens andando atras de mim, me acompanhando. Cada personagem me acrescente de alguma forma e são trabalhos que eu carrego com todo amor. Bebeth é uma personagem complexa e um desafio pra mim todos os dias. Como atriz é uma alegria poder dar vida a uma personagem tão mágica e ousada.

Como foi o convite para ir para televisão?
Valentina Herszage – Eu fiz o filme “Mate me Por Favor” e, depois do filme entrar em circuito, fui chamada para fazer um teste para a personagem da Bebeth.

Alê Shcolnik
Alê Shcolnikhttps://www.rotacult.com.br
Editora de conteúdo e fundadora do site, jornalista, publicitária, fotografa e crítica de cinema (membro da ACCRJ - Associação de Críticos de Cinema do Rio de Janeiro). Amante das Artes, aprendiz na arte de expor a vida como ela é. Cultura e tattoos nunca são demais!

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