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Drama sobre o presidente Churchill chega aos cinemas

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“Ser um grande líder nem sempre significa orgulho e glória”(Churchill, 2017)

O que significa ser um grande líder? O que diferencia um grande líder das demais pessoas? O que faz com que algumas pessoas se destaquem, sendo capazes de influenciar o pensamento e o comportamento de tantos outros, carregando admiração e respeito? O que faz com que 50 anos depois de suas mortes eles ainda sejam celebrados e adorados?

Considerado por muitos, um dos maiores líderes Britânicos de todos os tempos, Winston Churchill, percorreu um longo caminho em sua trajetória pra que hoje ocupasse esse lugar.

Uma praia, sangue, corpos, uma memória, um homem e o peso da culpa que ele carrega. “As praias sempre trazem de volta. Tantos jovens, tanto desperdício”. Os erros que cometemos e suas consequências são capazes de nos assombrar, às vezes por toda a vida. A maior vitória, a maior batalha, pode ser contra os nossos próprios demônios e nossa própria fragilidade.

As vésperas do Dia D, em Junho de 1944, movido por sua culpa e assombrado pelos erros do passado, Winston Churchill, decide fazer o que estiver ao seu alcance para evitar que as tropas desembarquem na França. Os riscos são altos demais, são muitas vidas em jogo e, no caso de dar errado, as consequências seriam imensuráveis. Os senhores da guerra decidem os destinos de milhares em números, em estatísticas, mas quem pensa nos indivíduos, nas famílias e vidas pra sempre tocadas pelas guerra e decisões tomadas por atrás de portas em grandes salões? “Alguém tem quem falar pelos soldados”.

Quando pensamos nesses líderes, nesses ídolos, muitas vezes transformados em heróis, os vemos assim, corajosos, fortes, acima de qualquer fraqueza e suspeita.

O cinema tende a reproduzir e solidificar esses atos heroicos como se lidássemos com seres maiores que os homens. A grande força de “Churchill” é, justamente, pegar esse grande homem em construção, em sua fragilidade e acompanhá-lo em seus momentos mais vulneráveis enquanto interpreta seu papel de líder.

A relação de Winston Churchill com Roosevelt foi crucial para que o estados L fossem de fornecedores de armas a aliados, o que foi determinante para um desfecho favorável para os aliados na segunda guerra. Apesar do lugar importante que ocupa, após 2 anos no comando da guerra, ele está, de muitas maneiras, preso ao passado, mas os tempos são outros, o mundo esta mudando, as lideranças estão mudando. Ser tratado com condescendência e entender que precisa encontrar seu lugar nesse mundo de novos líderes e posições não parece fácil.

Mas qual é esse novo lugar a ser ocupado? Sair da linha de frente, das linhas diretas de batalha para trás das mesas e salas de guerra e burocracias, parece menor e menos digno. “Lutar é o que eu sempre fiz, e a minha essência. Quem eu serei quando tudo acabar? O que eu serei quando não estiver mais lutando?”

Brian Cox é um gigante e seu Winston Churchill, nos faz sentir cada dor, cada batalha perdida, cada angustia ao longo do processo que o tornaria uma lenda. Uma atuação sobre atuar, sobre representar um papel e ter que vive-lo, os muitos papeis que representamos na vida, com mais intensidade os fazem as figuram públicas. Os sentimentos que são muitas vezes vistos como fragilidades, são o cerne dessa historia e a grande força, não só do filme, mas do homem . A humanidade e o grande coração, com seus erros e imperfeições, são a matéria que o torna tão especial e fizeram desse homem memorável
Um belo roteiro, que assim como o seu personagem principal, não é perfeito, mas adiciona a historia uma serie de nuances e é muito eficiente ao sair do maniqueísmo e acrescentar outros elementos como o belíssimo e difícil relacionamento com a esposa, Clemmie, brilhantemente interpretada por Miranda Richardson, por questionar a guerra e seus senhores, por não simplesmente, forjar um herói, mas torna-lo humano.

O elenco de apoio conta com Richard Durden (Jan Smuts), John Slattery (Eisenhower), James Purefoy (Rei George VI) e Ella Purnell que, apresar de estar bem, é um dos pontos fracos do Pereiro.

O diretor Jonathan Teplpitzky conduz o filme com um ar poético, em que os quadros frequentemente estão repletos de sentimentos e significados. A pequenez do homem frente ao mundo de enormes salões, a impotência de estar de fora só observando, a sensação de estar preso entre arames farpados, a solidão e momentos de reflexão. São muitos os belíssimos enquadramentos arrematando uma bela fotografia, que costura a rica interação entre o pessoal, o político e o histórico

Hoje, famoso por seus discursos inspiradores que levaram esperança e o espirito de combate das tropas para a toda a população, custou a entender que as vezes até os líderes estão além de suas possibilidades e que a linguagem é uma excelente ponte, para muitos lugares, inclusive o de se tornar um grande e inesquecível. Sem esquecer que apesar de “Nós precisarmos viver com a culpa, nós, nós vivemos”, não se devia poder errar quando vidas são aquilo que arriscamos.

Curiosamente, anos mais tarde constatou-se que os planos de Churchill teriam sido bem sucedidos, podendo ter posto fim a guerra, até 6 meses antes do que de fato aconteceu.

 

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