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O humor autêntico de de Danilo Gentili em Como se tornar o pior aluno da escola

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Por Pedro Marques

Estréia amanhã, nesse feriado de dia das crianças, um filme que traz consigo gostosas surpresas em um clima de escola. Baseado no livro de mesmo nome, de Danilo Gentili, e com um roteiro seu e de Fabrício Bittar, consegue nos prender em uma comédia sobre escola, onde o bullying foi proibido, regras são bem precisas, mas onde os alunos são os mesmos jovens de todos os filmes de sessão da tarde que já vimos, portanto os planos absurdos e zoeiras’ permanecem no espírito.

Contando com a maravilhosa participação de Carlos Villagrán, o eterno Kiko, no papel de um professor que acredita no progresso da educação escolar, e em um modelo se ensino ‘’sem bullyings’’, tem em seu contraponto Pedro (Daniel Pimentel), alguém que nunca foi o que poderíamos chamar de aluno exemplar, sempre com notas baixas e popularidade mínima, se vê no real problema de ter que tirar um 10 em sua avaliação final de matemática. Ao lado de seu fiel escudeiro Bernardo (Bruno Munhoz), um aluno de notas altas, mas problemas de alta estima, os dois encontram escondido no banheiro da escola, uma caixa com diversas ferramentas de diversão usadas antigamente, revistas, estilingue… Escondida em um buraco no banheiro há anos, e um caderno todo desenhado, rabiscado, com planos para colar em prova, e com os planos mais maquiavélicos possíveis. Curiosos em saber se os planos poderiam dar certo, uma vez que Pedro não quer ser reprovado, vão atrás do ‘’gênio’’ por detrás daqueles planos, e assim iniciam sua jornada.

Passando pelas cenas incríveis com Moacyr Franco, com o melhor personagem, em um humor impaciente e sarcástico no papel do zelador fumante e rabugento, garantindo as frases mais engraçadas, até a participação especial de Fábio Porchat como Cristiano, desempenha de forma hilária o papel de um pedófilo que Pedro e Bernardo encontram no meio de sua busca, até finalmente o encontro com o pior aluno (Danilo Gentili), e seu treinamento para conseguirem burlar as regas anti-bullying da escola, e conseguirem de maneira inteligente, deixarem de ser ‘’cabaços’’, e passarem pelos anos difíceis da escola, sem ter que estudar e aceitar suas regras. O treinamento é rigoroso, e será preciso aprender a ter desenvoltura, numa espécie de Karatê Kid da zoeira, onde é notável a naturalidade que interpretam os dois atores adolescentes, onde agora têm como ‘’Mestre Miyagi’’ o personagem de Danilo Gentili, um figurão bem sucedido que desde os tempos de escola consegue tudo o que quer na base da malandragem, e se deu bem na vida.

Com a proposta de ser um filme politicamente incorreto, e relembrando pegadas de filmes para crianças da década de 80, muito passados em sessão da tarde, e sem uma proteção excessiva à criança, mas com elementos de aventura, o filme tem cenas que muitos considerarão exageradas, como um aluno morder um pênis em uma briga, táticas quase militares de como enganar um professor, explodir o banheiro da escola, costume e ensinamentos de como deve ser escolhido um pior apelido aos colegas de sala, roubo de transporte público, mas que se, não faz total realidade dentro do ambiente escolar, ao menos é uma outra perspectiva mostrada. Com uma inspiração em ‘’Porks’’, ‘’Curtindo a vida adoidado’’, ‘’Karatê Kid’’, consegue com uma pitada a mais de sarcasmo, permanecer sendo um filme adolescente.

O filme mostra claramente que não se importa com o ‘’politicamente correto’’, o que é uma discussão em tempos atuais sobre os limites de se fazer humor, e Danilo Gentili e Fabricio Bittar encaram a missão de trazer o seu tipo de humor para as telas de cinema. Muito bem construído, com cortes de cenas bem elaborados para a construção das piadas, apesar do baixo orçamento que o filme teve, consegue trazer à tona todo o ambiente escolar, numa quase nostalgia (para aqueles que gostaram dessa época), e um elenco surpreendentemente bom.

O genial Carlos Villagrán, que aceitou o convite de Danilo Gentili após sua entrevista no programa The Noite (SBT), vive agora o outro lado da sala de aula, talvez compreendendo um pouco com seu personagem, o que se passa na cabeça do ‘’Professor Girafales’’ em ‘’Chaves’’. Com um esforço grande de falar o português, e com referências ao seu personagem Kiko (sem spoilers), traz ao público jovem da geração de 90 e 80, que viveu assistindo Chaves, um enorme presente de participar de um filme nacional, no primeiro filme em que interpreta um personagem principal.

A presença de tantos nomes do humor, um roteiro simples e com um humor autêntico, a ambientação dentro dos muros da escola, com esforço em desenvolver o clima necessário para os adolescentes de hoje, com referências muito interessantes aos não tão jovens, tudo isso em um filme de baixo orçamento, mas que não deixar a desejar, completam a curiosidade de assistir ‘’Como se tornar o pior aluno da escola e seu manual de más maneiras, aguardando uma possível continuação, que fica em aberto ao final do filme.

Rota Cult
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Redação do site E-mail: contato@rotacult.com.br

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