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5 vezes indicado ao Oscar, Western de Tarantino, Django Livre é um espetáculo à parte

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Existe uma tendência em Hollywood dos últimos tempos em que os diretores procuram fazer filmes cada vez maiores e mais ambiciosos e megalomaníacos, enquanto isso Quentin Tarantino segue seu caminho próprio e subvertendo gêneros.

Depois de um ensaio com Kill Bill Volume II, Tarantino finalmente tem o seu próprio “Western” ou como nas palavras do mesmo um “Southern”, uma vez que a história se passa no sul.

A sua fábula Western é conduzida sempre com suas características marcantes, como a os diálogos muito bem construídos, a violência, a direção extremamente bem cuidada, mas aqui temos algo novo, a montagem está bem mais linear do que o de costume, talvez isso se deva ao fato do diretor ter perdido a sua parceira a montadora Sally Menke, falecida em 2010.

Django Livre conta a história do escravo Django (Jamie Foxx), que ao conhecer o caçador de recompensas alemão Dr. King Schultz (Christoph Waltz), vê uma oportunidade de mudar completamente sua vida. O alemão está em busca de 3 procurados que apenas Django poderá reconhecer, por isso, Dr. Schultz resolve fazer uma parceria com o escravo para que juntos possam eliminar os fugitivos e ganhar dinheiro.  Uma vez livre das correntes que o definiam como escravo, Django não parece incomodado em ter Schultz, que se disfarça de dentista e que procurou por alguém como Django para auxiliá-lo em suas missões, como um mentor.

A sacada de discutir a escravidão de um jeito totalmente novo e original é sensacional, quem mais pensaria em desconstruir o tema tão delicado em um faroeste?

Tarantino por vezes recorre ao deboche para criticar como a sociedade fora tão baixa naquele período histórico, como na hilária cena em que vários homens se atrapalham com a típica máscara de pano do Ku Klux Klan.

A fotografia está linda o que lhe valeu a indicação ao Oscar, trazendo ares dos clássicos do gênero como os super closes nas expressões dos personagens o que é uma agradável atmosfera para um filme de “bangue-bangue”, mas soa ainda mais genial com a trilha sonora quebrando vários conceitos já formados com faixas até que vão do pop ao (pasmem) de hip-hop, mas fazendo tudo funcionar no contexto do filme.

O elenco é um show a parte, recheado de belas atuações, Christoph Waltz novamente brilhando na dobradinha com o diretor como em Bastardos Inglórios onde foi premiado com um Oscar de melhor ator coadjuvante. Leonardo DiCaprio numa atuação memorável com o fazendeiro arrogante Calvin Candie, com um tom único e formidável e longe da pieguice e da caricatura e Samuel L. Jackson também nos presenteia como uma atuação irretocável na pele de seu fiel escudeiro Stephen. Jamie Foxx vai bem e sabe fazer seu personagem brilhar na hora certa, mas no meio de tantos gênios ficou um pouco apagado.

Apesar das reclamações dos fãs mais conservadores (se é que podemos chamar assim um fã de Tarantino) sentirem falta do estilo antigo de montagem e algumas cenas que poderiam ser mais dinâmicas ao longo das 2h45m da película, Django foi indicado a 5 categorias do Oscar e venceu duas, a de melhor roteiro original por Quentin Tarantino e melhor ator coadjuvante mais uma vez com Christoph Waltz.

 

Rota Cult
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Redação do site E-mail: contato@rotacult.com.br

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