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ÁFRICA CONTEMPORÂNEA É TEMA DE EXPOSIÇÃO QUE CHEGA AO CCBB-RJ

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O Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB) recebe Ex Africa, a maior mostra sobre arte africana contemporânea já realizada no Brasil, com trabalhos de 20 artistas, de oito países, numa cuidadosa seleção de mais de 80 obras; a entrada é gratuita e a exposição pode ser visitada por pessoas de todas as idades até 26/03/18

Feições hipnotizantes estampam autorretratos que ironizam vultos de um passado barroco. Metrópoles desoladoras são observadas através de janelas virtuais. Painéis e instalações de dimensões colossais, vídeo-arte e performances sonoras chamam atenção para conexões culturais profundas e permanentes de um continente com o resto do mundo. Essa é a África de hoje. A partir de 20 de janeiro de 2018, o CCBB do Rio de Janeiro sedia Ex Africa, a maior exposição de arte contemporânea africana realizada no Brasil. Em cartaz até 26 de março, a mostra pode ser vista, gratuitamente, de quarta a segunda-feira, entre 9h e 21h. O patrocínio é do Banco do Brasil, com apoio da BB DTVM.

Dezoito artistas de oito países africanos e dois brasileiros – Arjan Martins e Dalton Paula – assinam 80 obras que apresentam uma espécie de microcosmo da África. Fotografias, pinturas, esculturas, performances, vídeos e uma gigantesca instalação assinada pelo ganês Ibrahim Mahama (em cada cidade ele vai construir uma instalação particular, com materiais usados e doados por trabalhadores locais) se relacionam na exposição por meio de quatro eixos distintos: Ecos da História, Corpos e Retratos, O Drama Urbano e Explosões musicais.

A interseção desses eixos mostra que o continente africano vive um contínuo e efervescente processo de renovação criativa e artística, sublinha o curador da exposição, Alfons Hug. Ele conta ainda que esse raciocínio, que está por trás do conceito e do nome da exposição, partiu da frase Ex Africa semper aliquid novi, (da África sempre há novidades a reportar), cunhada há mais de 2 mil anos pelo escritor romano Caio Plínio.

“A arte contemporânea africana deu as costas a dois preconceitos longamente estabelecidos: de um lado o estigma do artesanato e da ‘arte de aeroporto’ e de outro as referências etnológicas. Ainda que não possam ser ignorados os efeitos do colonialismo, não deve ser subestimada a importância do intercâmbio artístico verificado na passagem do período colonial ao pós-colonial e, nesse contexto, a reação dos artistas em relação ao período que antecedeu a independência”, afirma o curador.

De acordo com ele, não causará surpresa, portanto, que as obras que integram Ex Africa apresentem uma relação com suas raízes na cultura nativa, no cristianismo e no islamismo; assim como fortes conexões com elementos da cultura inglesa, francesa, portuguesa, hispânica e árabe. “Em contraste com a arte ocidental, a arte contemporânea africana tem a vantagem de não precisar atender a nenhum cânone e poder orientar-se unicamente pelo aqui e agora”.

As obras sugerem ainda uma reflexão amarga sobre a relação entre a pobreza, o desemprego, as recentes migrações e aspectos relacionados aos tempos dos navios negreiros. Não deixam de lembrar as imposições de uma cultura religiosa ocidental e herança colonial, evidenciada na série de fotografias de Leonce Raphael Agbodjélou, artista do Benim. Em parte de sua obra, ele evoca o Code Noir, decreto em que a administração colonial francesa da África Ocidental regulava a escravatura.

Serviço: Ex Africa
Local: CCBB Rio de Janeiro (Rua Primeiro de Março, 66 – Centro)
Data: De 20 de janeiro a 26 de março | quarta a segunda-feira, 9h às 21h.
Informações: www.bb.com.br/cultura
Entrada gratuita

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Redação do site E-mail: contato@rotacult.com.br

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