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A forma da Água: Del Toro transforma fábula em forma de poesia cinematográfica

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Elisa é uma zeladora muda que trabalha em um laboratório onde um homem anfíbio está sendo mantido em cativeiro. Ao se afeiçoar e apaixonar pela criatura, ela elabora um plano para ajudá-lo a escapar com a ajuda de seu vizinho.

A Forma da Água se passa durante a década de 1960, no auge da Guerra Fria, o filme é uma fábula em forma de poesia cinematográfica, onde o romance entre seres de espécies diferentes são os protagonistas da trama com a paranoia anticomunista, como pano de fundo. A intenção do cineasta Guilhermo Del Toro, sempre, foi de criar um filme de monstro no qual a criatura ficasse com a mocinha.

A trilha sonora merece destaque, não só pela questão como envolve o espectador, mas também por trazer o som abrasileirado de Carmen Miranda em “Chica Chica Boom”. É extasiante ouvi-la, em tempos que a cultura americana é tão cultuada pelos brasileiros. Carmen levou o Brasil para os Estados Unidos, usa-la nos dias atuações em um filme com treze indicações ao Oscar, demonstra a importância dela na cultura mundial.

Cabe à direção de arte e o design de produção, a caracterização e ambientação excepcional! Com referencias claras à Era do Ouro no período de Guerra Fria, os sets de filmagem são belíssimos como um velho cinema, com estrutura de anfiteatro, o laboratório, onde a forma se localiza e os tuneis chamam atenção aos olhos do espectador.

E o que falar de Sally Hawkins! Seu desempenho, simplesmente, impressiona! Do gestual ao olhar, Sally dá uma aula de excelência na arte da atuação. A ousadia da personagem criada por Del Toro leva as telas um conto de fadas erótico. Assim, o diretor homenageia o clássico O Monstro da Lagoa Negra (1954), como já dito em entrevistas.

O cineasta mistura politica, romance e ficção cientifica em um dos melhores filmes, dos últimos anos. Desde a estética usada ao elenco escolhido, Del Toro brilha ao levar a arte de se fazer cinema para o cinema.

Alê Shcolnik
Alê Shcolnikhttps://www.rotacult.com.br
Editora de conteúdo e fundadora do site, jornalista, publicitária, fotografa e crítica de cinema (membro da ACCRJ - Associação de Críticos de Cinema do Rio de Janeiro). Amante das Artes, aprendiz na arte de expor a vida como ela é. Cultura e tattoos nunca são demais!

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