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“Alice Mandou um Beijo” reestreia no Teatro Glauce Rocha em curta temporada

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Terceiro espetáculo da Cia Cortejo, “Alice Mandou um Beijo” volta aos palcos da cidade em 17 de janeiro para curta temporada no Glauce Rocha, com apresentações as quartas e quintas, às 19h, até 8 de fevereiro. Indicado ao prêmio Cesgranrio e Botequim Cultural de Melhor Texto Inédito, a peça, escrita e dirigida por Rodrigo Portella, é um resgate das memórias de infância do autor, nascido e criado no município de Três Rios, no Centro-Sul Fluminense. No palco, Luan Vieira, Marcos Ácher, Ricardo Gonçalves, Suzana Nascimento e Vivian Sobrino vivem uma família que, após a morte da filha caçula, se vê diante de uma inesperada instabilidade em seu convívio. Uma série de acontecimentos revela a fragilidade das relações que se estabeleceram durante toda uma vida dentro de uma casa.

“Quando eu era criança, minha mãe era só a minha mãe. Toda aquela família encharcada de tios e primos de variados graus parecia, aos meus olhos, tipos bem definidos: o tio bonachão, o primo esperto, a avó afetuosa, o pai que me roubava a mãe às madrugadas, o irmão que era o meu avesso, o padrinho e seus extraordinários presentes de aniversário, a prima a quem todos os primos fingiam namorar… Tudo parecia estável, eterno e definitivo. Só mais tarde, bem mais tarde mesmo, fui perceber que aquelas pessoas eram muito mais complexas. Me dei conta que o que eu enxergava antes era só uma pontinha de um volumoso e assustador iceberg. Alice Mandou um Beijo é um resgate ficcional das minhas memórias de infância. Acredito, que só agora, aos 40 anos, é que começo a entender que o sentido de HUMANIDADE está potencialmente relacionado à palavra CONTRADIÇÃO”, reflete Rodrigo Portella.

Quando a peça começa, Alice já está morta. O público não a conhece pelo que ela é, mas pelo que descrevem dela. Paradoxalmente, Alice está viva dentro da casa. Todos falam dela todo o tempo, vestem suas roupas, executam suas tarefas, tentam assumir o seu lugar. O eixo dramático está nas delicadas decisões dos personagens diante da ‘ausência’ de Alice, uma espécie de representação da coerência familiar. Alice é quem dava sentido àquela convivência. Diante de sua morte, as relações se refazem, se transformam instáveis e até mesmo impossíveis.

SERVIÇO
“Alice Mandou um Beijo”
Local: Teatro Glauce Rocha (Av. Rio Branco 179 – Centro.)
Temporada: de 17 de janeiro a 8 de fevereiro – apresentações quartas e quintas, às 19h
Ingressos: R$ 15 (meia) e R$30 (inteira) – Bilheteria: de 4ª a domingo, das 14h às 19h
Duração: 75 minutos.
Classificação: 16 anos.

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Redação do site E-mail: contato@rotacult.com.br

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