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PARIS IS BURNING DOCUMENTÁRIO GANHADOR DO FESTIVAL DE SUNDANCE de 1991 ESTÁ NA NETFLIX

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Shade, vogue, category is… são apenas algumas expressões que, nos últimos anos, vem ganhando popularidade – principalmente nas redes sociais -, mas pouca gente sabe de onde elas surgiram. Estes são alguns exemplos do chamado “Pajubá”, que é quase um dialeto próprio da comunidade LGBTQ+, contudo, muitos se enganam ao pensar que estas expressões são oriundas do reality show hit “RuPaul’s Drag Race”, pois muito antes estas palavras já eram ouvidas no documentário “Paris Is Burning”, um clássico sobre a vibrante cena gay nova-iorquina dos anos 80.

Dirigido por Jennie Livingston, o documentário, lançado em 1991, ganhou diversos prêmios, como o Teddy Awards na Berlinale, o Grand Jury Prize Documentary no Festival de Sundance, o prêmio de Melhor Documentário no New York Film Critics Circle Awards, só para citar alguns – além de quase ser indicado ao Oscar, mas, reza da lenda, que o preconceito acerca do tema fez com que o longa ficasse de fora. Porém, o fato é que Paris Is Burning ganhou status cult ao longo dos últimos vinte e sete anos, servindo de referência para produções atuais – como o próprio reality show de RuPaul, que em nove temporadas e duas edições All Stars, já falou sobre o filme diversas vezes – e até já virou objeto de estudo em pesquisas acadêmicas.

Em sua uma hora e dezoito minutos de duração, o documentário aborda os balls (bailes), onde gays, drag queens e travestis desfilavam ao som de disco/house personificando os mais diversos tipos, ao mesmo tempo em que estuda os contextos socioculturais que estabelecem um sensação de pertencimento desta comunidade com a noite e tudo relacionado a ela. Além disso, ainda é explicado a definição das houses (casas) de drags e travestis, sempre comandadas pelas mothers, cujos nomes também batizam as casas – quem bebeu desta fonte, por exemplo, foi a cantora Lady Gaga ao nomear sua equipe criativa de “Haus Of Gaga”.

Assim, em tempos tão contraditórios em que, por um lado, um reality show sobre drag queens é um sucesso ( programa foi indicado ao Emmy) cuja apresentadora, RuPaul, ganhou o prêmio de Melhor Apresentador, e Pabllo Vittar, uma cantora drag de São Luís do Maranhão, ganha fama internacional, por outro lado, política e sociedade se mostram cada vez mais radicais em seu conservadorismo, um documentário como Paris Is Burning se mostra tão atual quanto na época de seu lançamento por abordar não somente questões culturais, mas também sistemas hierárquicos moldados por movimentos de opressão e luta, onde as principais armas são um discurso afiado e os passos mais impressionantes, dando voz a jovens criativos que expressavam sua sexualidade e sua arte em um tempo em que ser homossexual era uma sentença à marginalização e ao HIV (em surto e ainda mortal) – além, é claro de lembrar (ou mostrar) que não foi a Madonna quem criou o voguing.

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