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Dirigida por Diogo Liberano, “Mansa” estreia na Cia. dos Atores

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Com dramaturgia de André Felipe e direção de Diogo Liberano, o espetáculo “Mansa” traz Amanda Mirásci e Nina Frosi nos papéis de duas irmãs que, após anos de abuso em cárcere privado, matam o pai e enterram seu corpo nos fundos da casa. Mais do que apresentar um mero crime, a peça busca revelar a origem da violência contra a mulher. Em cena, apenas os personagens masculinos têm voz: eles observam o drama das irmãs por diferentes ângulos, colocando em questão o processo de “amansamento” feminino.

A montagem chama atenção para os inúmeros crimes praticados contra as mulheres que não recebem a devida punição, naturalizando a violência na sociedade contemporânea. “Mansa” estreia no festival Cena Brasil Internacional e, em seguida, faz sua primeira temporada, entre de 16 de junho e 30 de julho, na Sede da Cia. dos Atores, na Sala Bel Garcia, na Lapa.

A dramaturgia é construída por meio de fragmentos que se estendem por vários tempos, desde a infância das duas irmãs, passando pela adolescência, até o ato do crime e os momentos posteriores: julgamento, prisão e futuro. Amanda e Nina interpretam diferentes personagens (todos masculinos) e, como detetives ou arqueólogas, cavam os indícios deixados na terra e perdidos no tempo. O terreno onde o corpo do pai foi enterrado é o espaço que une as cenas passadas, presentes e futuras, ganhando contornos que extrapolam uma única narrativa.

A encenação assinada por Diogo Liberano buscou construir, junto à direção de movimento de Natássia Vello, uma dramaturgia corporal que apresenta diversos momentos da vida dessas irmãs. Por meio de uma relação de encaixe e desencaixe, a dramaturgia se relaciona com tais movimentos buscando abrir perguntas sobre os fatos narrados pelos personagens masculinos e a realidade vivida e sentida pelas mulheres que foram emudecidas. A trilha sonora original de Rodrigo Marçal, o cenário e os figurinos de André Vechi e a iluminação de Livs Ataíde visam, de modos variados, encontrar e completar uma história que foi esquecida e silenciada.

Convidado para escrever “Mansa”, o autor André Felipe partiu de referências sugeridas pelo diretor e pelas atrizes para criar a dramaturgia original. Uma das origens da investigação foi o clássico “Antígona”, de Sófocles. “A relação das irmãs Antígona e Ismênia e o embate que elas vivem: uma querendo tomar uma decisão que desafiaria o Estado e causaria a própria morte e a outra amedrontada”, comenta Liberano sobre o processo de pesquisa que também incluiu estudos e filmes sobre penitenciárias e instituições de confinamento. “Tínhamos o desejo de falar do confinamento e da instituição prisão modelando e domesticando o corpo da mulher”.

SERVIÇO
 “Mansa”
Temporada: 16 de junho a 30 de julho de 2018
Local: Sede da Cia. dos Atores – Sala Bel Garcia (Rua Manoel Carneiro, 12 – Escadaria Selarón, Lapa )
Lotação: 20 lugares
Dias e horários: De sábado a segunda, às 20h.
Ingressos: R$ 30 e R$ 15
Duração: 1h10min.
Classificação indicativa: 16 anos
Gênero: Drama

Foto: Thaís Barros

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Redação do site E-mail: contato@rotacult.com.br

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