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Renato Rocha fala da parceria do Detonautas com Lucas Lucco

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Guitarrista do Detonautas, Renato Rocha conta sobre as novas parcerias, nesse novo álbum, algumas até inusitadas, como em “Por Onde Você Anda?”, em parceria com o Lucas Lucco. Confira nossa conversa com o cara dos acordes das letras com críticas políticas e sociais, característica forte no estilo explorado pela banda.

O Brasil é conhecido por abraçar diversos estilos musicais e vocês vem fazendo um som de qualidade há algum tempo. Recentemente, vocês fizeram uma turnê celebrando os 20 anos de estrada da banda. O que mudou no processo de criação das músicas da banda?
Renato Rocha – As músicas continuam nascendo ou de letras do Tico musicadas com seu violão, que ao chegarem para a banda ganham arranjos e harmonizações, ou de jams em alguma passagem de som, ou bases que alguém da banda inicia em seu home studio e que depois os demais contribuem… Desde 2010 que a gente passou a ter um QG, o estúdio Mobília Space, do nosso baterista Fábio Brasil e com isso temos tranquilidade para lapidar os arranjos, timbres, sonoridades, efeitos… é o nosso parque de diversões mesmo!

A geração mais jovem (de hoje) não tem grandes poetas como Cazuza, Cássia Eller, Renato Russo. A música brasileira atual tem sofrido com a falta de músicas com letras mais completas e poetas mais profundos?
Renato Rocha – Há letristas e poetas incríveis por aí, penso que não é esse o foco. A música popular reflete um período, talvez o interesse da maioria não seja mais pra esse tipo de profundidade. A música para entreter tem sido a mais acessada e entra para aquele ciclo que alavanca e retroalimenta todo esse processo. Mas há mais nichos como nunca, graças à rede.

Vocês recentemente relançaram um “Por Onde Você Anda?”, em parceria com o Lucas Lucco. Vocês seguem estilos musicais muito diferentes, como vocês alinharam a nova proposta da música? Como se deu esse encontro musical?
Renato Rocha – Trouxemos o Lucas pro nosso universo, o Tico tinha conhecido o Lucas num show beneficente em Uberlândia e quando começamos a pensar em parcerias fora do nosso segmento, justamente pra provocar essa reflexão do porquê do sectarismo dos que se dizem roqueiros e tudo o mais, e ele topou na hora. Ele já gostava do nosso som e criamos uma versão bem diferente da original que saiu no nosso último álbum no final do ano passado. Combinamos dele vir gravar voz no Mobília e o resultado foi esse.

O novo CD conta com as participações especiais do cantor e compositor Leoni em “Dias assim”, com um clipe que contempla todas as raças, gêneros e opções sexuais. É um afago ao amor?
Renato Rocha – É um clipe que propaga o amor sim, em suas diversas formas. Qualquer julgamento cai por terra quando se trata de amor.

Vocês estão entre os artistas do rock nacional mais ouvidos no Spotify, um marco para uma banda que está à 20 anos no mercado. Qual é a representatividade disso na carreira de vocês e da banda?
Renato Rocha – Tem crescido exponencialmente o número de pessoas que estão ouvindo música através das diversas plataformas digitais. O mercado fonográfico como um todo está se oxigenando e inventando novos negócios ao longo do caminho e estamos no meio dessa viagem. Pra gente o que importa é que nossas músicas cheguem nas pessoas, seja da forma que for. Acompanhar esse crescimento e ver que nossa música nunca foi tão ouvida quanto agora é um farol e tanto na nossa carreira.

Podemos esperar futuramente uma mistura de rock com eletrônico com o Alok, por exemplo?
Renato Rocha – Seria um junção muito interessante, pode ter certeza! O eletrônico é familiar para a gente, temos o DJ Cleston na banda, temos músicas que tocamos em cima de arranjos eletrônicos, teclados, etc… O Dia Que Não Terminou é um exemplo. Tomara que aconteça! A gente acompanha os lançamentos dele também!

Alê Shcolnik
Alê Shcolnikhttps://www.rotacult.com.br
Editora de conteúdo e fundadora do site, jornalista, publicitária, fotografa e crítica de cinema (membro da ACCRJ - Associação de Críticos de Cinema do Rio de Janeiro). Amante das Artes, aprendiz na arte de expor a vida como ela é. Cultura e tattoos nunca são demais!

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