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Selfie para o Inferno apoia a ideia original, mas falha em sua execução

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Você tira muitas selfies? É visitante frequente da Deep Web? Misture essas duas temáticas e o resultado é Selfie para o inferno, a nova obra sobre terror digital da Cineart Filmes. Baseado em um curta-metragem de mesmo nome, o filme feito com baixo orçamento, leva as telas uma  história que vai direto ao ponto, com a promessa de arrepiar a geração mais nova de espectadores e sua fissura por selfies.

O longa conta a história de Julia (Meelah Adams), uma vlogueira canadense totalmente conectada e habituada a partilhar sua rotina com seus seguidores, famosa especialmente pelas selfies que faz com frequência. Sua vida, no entanto, toma um rumo obscuro quando ao visitar sua prima Hannah (Alyson Walker) dos Estados Unidos, cai gravemente doente e coisas muito sinistras passam a acontecer com seu Iphone. Hannah possui um amigo virtual, Trevor (Tony Giroux), a única pessoa que pode ajuda-la quando descobre a relação do adoecimento da prima e os mistérios da Dark Net, conhecida na vida real como Deep Web.

Como um curta começou e como um curta deveria ter permanecido. A história de Selfie para o inferno era original enquanto um curta, mas a tentativa de estica-la para um longa simplesmente não funciona. Os próprios roteiristas, e diretor Erdal Ceylan provavelmente percebem isso, afinal o filme tem apenas 1h17 e não sai do lugar até a última meia hora. A solução para alongar a história foi acrescentar a personagem de Hannah e sua investigação pelo que causa a doença da prima. No entanto, a inteligência da personagem a impede de sair da investigação imune ao mesmo mal que aflige a parente: “os perigos da internet”.

Justamente por essa moral é que o público-alvo deste filme é somente a geração mais nova e ainda assim, somente os mais ingênuos devem se interessar ou “cair” nos truques deste filme. Há alguns jumpscares inúteis e falsos com momentos cotidianos ou bobos (por exemplo uma carinha feliz que vira uma carinha triste quando a protagonista vira de volta para o desenho) que não enganam ninguém. O único momento em que talvez o coração do público salte é se cair no tédio e desperceber a mudança de volume brusca nos “sustos” rasos do filme.

Por não conseguir desenvolver uma história, não há tempo para se ligar a qualquer personagem ou ligar para os finais que recebem. E muito menos a estranha tensão sexual entre Hannah e Trevor, seu amigo da internet. A estranha interação entre os dois é tão forçada que faz o público especular se ele não estaria por trás dos terrores da web. Descobre-se mais tarde que a estranha troca de ideias é justificada pela falta de experiência dos atores, que não fazem um bom trabalho ou trazem algum tom a suas falas.

Não há salvação para esse filme que apesar de curto passa devagar e se arrasta por uma hora. O curta possui 24 milhões de visualizações no Youtube, e muitas pessoas tomaram um susto com seu final, e de fato, ele funciona muito bem na versão resumida. O que não funciona é tentar contar uma história sem um bom roteiro para apoiar a ideia original, e assim Selfie para o Inferno falha miseravelmente.

Luana Feliciano
Luana Feliciano
Estudante de Jornalismo, ama escrever e meus filmes favoritos sempre me fazem chorar. Minhas séries preferidas são todas de comédia, e meus livros são meus filhos.

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