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Os Produtores: Clássico de Mel Brooks ganha versão pastelão e sexista

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O clássico de Mel Brooks e Thomas Meehan em que um produtor da Broadway desonesto convence um contador tímido a participar da produção de uma peça de fracasso garantido está de volta em curtíssima temporada no Vivo Rio.

Lançado em 1968, o filme ganhou uma versão musical na Broadway em 2001 e um remake em 2005. A montagem de Miguel Falabella surgiu em 2007 e agora volta ao circuito em comemoração aos dez anos de estreia.

O musical protagonizado por Miguel Falabella (que mais parece um mafioso em cena, do que um produtor), traz Marco Luque no lugar de Vladmir Britcha e Danielle Winits no lugar de Juliana Paes.

A sinopse pode até ser a mesma, porém Falabella faz uma leitura completamente errada da produção do cineasta, aderindo uma construção estereotipada dos personagens em meio a uma comédia pastelão, muitas vezes parece que estamos vendo Caco Antibes no palco tentando dar mais um de seus golpes. Durante o musical é clara a intenção de Luque revisitar seus famosos personagens cheio de cacoetes, e Danielle Winits sexualizar a personagem Ulla, sem necessidade alguma, transformando a obra de Mel Brooks em um texto machista, misógino e vulgar.

O encontro do elenco se dá em péssima hora, já que vivemos em um mundo de mudanças, principalmente, no que se trata do papel da mulher na sociedade. Danielle Winits é objetificada em cena, com um nu completamente desnecessário. Enquanto Falabella reproduz um texto desrespeitoso à terceira idade. Se fosse outro ator de renome em cena, o público não estaria rindo.

Falabella tem o dom de fazer o público rir, sempre teve, não há dúvidas disso, porém a produção não se adequa aos tempos mais em que vivemos. Dez anos atrás poderia fazer sentido, ser divertido, hoje em dia não é, as pessoas evoluíram e reconhecem os erros de uma sociedade ainda machista e misógina, porém não podemos permitir que a arte tome seu lugar de diversão intuindo ao erro. Os Produtores tem uma produção digna de grandes musicais como o cenário e a orquestra, ambos bem produzidos e bem conduzidos por Carlos Bauzys. O musical apenas precisa rever os conceitos que engloba e retomar as rédeas do politicamente correto.

Alê Shcolnik
Alê Shcolnikhttps://www.rotacult.com.br
Editora de conteúdo e fundadora do site, jornalista, publicitária, fotografa e crítica de cinema (membro da ACCRJ - Associação de Críticos de Cinema do Rio de Janeiro). Amante das Artes, aprendiz na arte de expor a vida como ela é. Cultura e tattoos nunca são demais!

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