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Waldemar José Solha volta à ficção com a criação de um espetáculo literário

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A engenhosa tragédia de Dulcineia e Trancoso, novo livro de Waldemar José Solha,  é um longo poema narrativo com rimas (um “rimance”) e está sendo lançado pela Editora Penalux. “Poderia ter feito um cordel”, diz o autor, “mas escolhi algo mais solto: um romance rimado, sempre ágil, aqui e ali sofreado e engrandecido pela solidez do ‘martelo agalopado’ (versos com estrofes de dez decassílabos)”.

REFERÊNCIAS
Já no título começam as referências literárias que o livro traz. O nome de um dos personagens remonta ao escritor Gonçalo Fernandes Trancoso, um dos primeiros contistas em língua portuguesa. Por conta desse autor, existe no Nordeste a expressão ‘História de Trancoso’, usada para designar qualquer narração mais inventiva que mentirosa.
A engenhosa tragédia de Dulcineia e Trancoso apresenta uma narrativa em versos típica de uma novela de cavalaria, mas inserida num contexto nordestino e atualizada aos dias de hoje. Os aspectos regionalistas emanados da figura fulcral de Ariano Suassuna e a ambivalência humorística de Miguel de Cervantes tecem um “um retrabalho de gêneros discursivos medievais, com forte emulação aos princípios humanistas, filosofantes, ao trovadorismo e às narrativas orais”, como bem aponta Daniel Zanella, editor do jornal Relevo, na orelha do livro.

Zanella faz outra observação esclarecedora: “O grande circo místico de SOLHA expande as relações entre literatura e jornalismo, tascando elementos da contemporaneidade (periódicos, relação com a notícia em tempos de liquidificadoras digitais, sensacionalismo, reportagem) com a atmosfera onírica de um Suassuna de A Pedra do Reino, espécie de oráculo da obra de SOLHA. Há, aqui, portanto, uma inteligência narrativa em progressão, poesia que se derrama na sonoridade, na beleza dos gestos abruptos, um certo pacto de sonho em prol da potência máxima da poesia”. E continua: “O enredo se vale do encadeamento impressionante da musicalidade dos cordéis (a irreverência, as marcações dramatúrgicas, o fluxo lírico preciso), entregando um sertão estilizado, mas não impossível. Excelente livro, somente eficiente sob a pena de um escritor capaz de controlar, sob o guarda-chuva da metalinguagem, a fartura interna de estilos e referências”.

A obra retoma fatos de nosso passado, a exemplo do romance Pedra Bonita, do Zé Lins, mas dotando-os de elementos contemporâneos, de modo a tornar-se algo como um acontecimento esportivo do porte de uma Copa do Mundo. É o Brasil, na sua revolta sem tamanho, pedindo uma atenção de alcance mundial a favor do seu povo.

Na trama, uma multidão, sob cobertura internacional da imprensa escrita e televisiva de todo o mundo, se reúne em torno da Pedra do Reino, em São José do Belmonte, sertão pernambucano, a fim de ver o portento da chegada messiânica, anunciada por ninguém menos do que Ariano Suassuna e seu ídolo Miguel de Cervantes, o que tem a ver com o casal que vai se envolver no “milagre” – Trancoso, que é o Quixote do Circo Du Seo Léo, ali presente – e sua amada Dulcineia, uma beldade do lugar, não tão bela, mas que se submete a um banho de loja, pra conquistar seu amado. Com a enormidade em que se torna o evento, as forças armadas cercam a Pedra, com o propósito de explodi-la, detonando gigantesca revolta popular.

Rota Cult
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Redação do site E-mail: contato@rotacult.com.br

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