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’18’ Linhas Provisórias no Centro Municipal de Arte Hélio Oiticica

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 Como democratizar as relações entre público e instituição pública de arte? Não há um manual, apesar de ser um compromisso para o CMAHO. A mostra 18′ Linhas Provisórias Exposição Permanente é uma tentativa nesse sentido. A abertura encerra um ciclo iniciado em março deste ano quando o espaço estava completamente vazio e que colocou em disputa os modos de fazer memória institucional, onde todo o processo de montagem e elaboração da exposição e dos trabalhos dos artistas que foram convidados para dialogar com a trajetória do espaço, que esteve aberto à participação do público. Entre maio e agosto os artistas apresentaram seus processos de pesquisa em oficinas e todo o processo poderá ser conferido na abertura da exposição que é permanente e institucional, mas aposta na necessidade de atualização anual e ação coletiva de intervir na construção de memória.

A exposição também é um gesto no sentido de continuar apoiando jovens artistas, que apresentaram seus trabalhos no CMAHO no ano anterior no PEGA – Encontro das Graduações em Artes do Estado do Rio de Janeiro, que é um projeto que ocorre no CMAHO desde o ano passado com o objetivo de abrir espaço e diálogo com novas gerações de artistas, muitos dos quais apresentam seus trabalhos pela primeira vez. A curadoria é de Daniele Machado.

Os trabalhos dos artistas tem ênfase no processo dos meses que antecederam a sua finalização. Tem técnicas distintas que vão desde a pintura, aos objetos, a cópia mimeográfica, a instalação sonora, a forja de escritos, a vídeo arte que deseja invadir o túnel de Richard Serra que atravessa os arcos instalados no térreo do prédio. Analu Zimmer investiga relações cartográficas do prédio do CMAHO e da região da Praça Tiradentes, utilizando como ferramenta um mimeógrafo, explorando sobreposições e traçando caminhos em deriva a partir do delírio ambulatório de Hélio Oiticica. Antonio Gonzaga Amador pesquisa as relações entre o CMAHO, o Saara e a Praça Tiradentes, o cotidiano comum que é atravessado pelas divertidas e insistentes propagandas da Rádio Saara, os velhos e novos hábitos forjando escritos de João do Rio a partir da atualidade e as cenas que são marcantes na nova paisagem através de falsos vitrais. Nicolle Crys recolheu ao longo desse período pedaços de coisas abandonadas na região, onde o comércio popular produz grande quantidade de lixo com embalagens e restos de produtos do grande mercado. Também foram recolhidos pelo registro desenhado e pintado pela artista as imagens não turísticas dessa parte do Centro onde muitas pessoas estão em situação de rua, perdidas diante de tanta desigualdade social. Seu trabalho é uma instalação reunindo o material que recolheu e produziu ao longo desse período, explorando as possibilidades em torno da representação que não idealiza a beleza da gentrificação. Por fim, temos o artista Rodrigo Pinheiro cujo trabalho é um alargamento entre o real e a ficção, manipulando as relações entre memória e tempo a partir da obra permanente de Richard Serra no CMAHO, uma vídeo arte que apresenta o trajeto percorrido pelo artista em um túnel onde abandonou objetos doados pelo público.

Serviço:
18′ Linhas Provisórias Exposição Permanente <Térreo>
Centro Municipal de Arte Hélio Oiticica: Rua Luís de Camões, 68 – Centro
Visitação: de 1º de setembro a 2 de fevereiro de 2019

Rota Cult
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Redação do site E-mail: contato@rotacult.com.br

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