O mundo virtuoso e extravagante do circo conduz a vida de Pippin

Versão brasileira do musical da Broadway de Bob Fosse ganhou nova montagem aos olhos de Claudio Botelho e Charles Möeller. O musical que estreou na década de 70 em Nova York, ganha nova roupagem no texto e na estética. Estamos diante de um circo místico sobre as metáforas da vida.

O dilema de Pippin é o que conduz essa história brilhantemente encenada por Jonas Bloch, como o rei Carlos Magno, Adriana Garambone, como Fastrada, mulher do rei e madrasta de Pippin, Nicette Bruno, como Berthe, a avó safada do reino (a atriz é deleite puro em cena!). Merece destaque também Cristiana Pompeo, como a camponesa Catharina e o pequeno (notável) Luiz Felipe Mello, como Theo, o menino é um talento à parte!

Com um visual extraordinário tomando conta do palco, a direção de arte, o visagismo e o figurino tomam conta do enredo como o personagem principal, liderado lindamente e elegantemente por Totia Meireles, no papel da mestre de cerimonias. Pippin é um musical virtuoso, extravagante em seu estilo, trazendo um humor refinado e safado ao mesmo tempo.

A orquestra regida por Heberth Souza acompanha o jogo cênico circense (sim é um espetáculo puramente do circo, pela magia que se propõe), traz mais vida à obra de Roger O. Hirson. A cada de timbre sonoro o elenco e o espectador se envolvem mais. É puro magnetismo!

Quando estreou na Broadway, o espetáculo fez uma revolução na Broadway por conta da estrutura ousada. E assim, a obra continua, mesmo que os tempos tenham mudado, Pippin aposta na metalinguagem com a fábula do príncipe Pippin, o herdeiro do trono do Rei Carlos Magno que busca por algo extraordinário na sua vida, uma jornada existencial em busca do sentido de existir.