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SÉRIE “SOU UM ASSASSINO” DÁ VOZ AOS CONDENADOS

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Quando se fala sobre população carcerária, é comum – e até mesmo esperado – que se pense apenas em uma massa homogênea; a partir do momento em que uma pessoa é condenada à prisão, ela passa a ser apenas um número, parte de uma estatística. Assim, muitas vezes, esquece-se que todos aqueles que estão nesta situação também são pessoas, com algum tipo de consciência e uma história de vida – e é exatamente isso que “Sou Um Assassino” (“I Am A Killer”) se propõe a abordar.

A produção se trata de uma série documental composta por dez episódios independentes, com cerca de 50 minutos cada, os quais entraram no catálogo da Netflix no último dia 3 de agosto. Um detalhe interessante da atração é que os criminosos apresentados estão no corredor da morte – ou estiveram nele até que suas sentenças foram alteradas para prisão perpétua, com direito a condicional ou não -, logo, fica claro que os crimes por eles cometidos não foram simples contravenções, mas atos graves.

Desta forma, para “destrinchar” as histórias destas personagens, além dos próprios prisioneiros, são entrevistados os investigadores da época de cada crime, e, quando possível, as famílias das vítimas e dos próprios criminosos. E é neste aspecto que a produção tem seu principal trunfo, ao expôr o background dos condenados, muitas vezes vindos de famílias desfuncionais, violentas e permeadas pelo uso de drogas. Porém, diferente do que possa parecer, em nenhum momento a série procura justificar as ações dos condenados – aliás, nem eles mesmos o fazem.

É notável que todos os criminosos presentes da série parecem sentir um grande alívio – e até algum nível de gratidão – por, finalmente, terem uma voz, alguém interessado em ouvi-los, e, mesmo assim, cada um à sua maneira, demonstram ter consciência de seus atos e assumem as responsabilidades, mostrando-se até – em alguns casos – arrependidos – alguns inclusive alegando que as penas que receberam foram até condescendentes em relação aos crimes.

Assim, com momentos que vão da indiferença à procura por algum tipo de redenção – até mesmo a mais extrema forma, como mostra o último episódio -, “Sou Um Assassino”, guiada por uma direção muito precisa e uma montagem que costura a narrativa de forma muito eficaz, faz muito mais do que apenas contar histórias de criminosos e seus crimes, mas também faz um estudos do ser humano e sua consciência.

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