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“ENTRE PÁSSAROS E CAVALOS – MUYBRIGE, MAREY E O PRÉ-CINEMA”, DE RAIMO BENEDETT

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O videoartista brasileiro Raimo Benedetti apresenta performance seguida de bate-papo com o artista visual e pesquisador André Parente e com o cineasta Bebeto Abrantes, no dia 08 de novembro as 19h, Na Sede das Cias (Rua Manuel Carneiro, 2-26 – Lapa).

Na ocasião, também será lançado o livro “Entre Pássaros e Cavalos”, de Benedetti, com desconto especial (de R$ 120 por R$90). “Entre Pássaros e Cavalos – Muybridge, Marey e o Pré-Cinema” é uma biografia dupla que narra a vida desses dois personagens às vésperas do lançamento do cinematógrafo, em 1895. Esta data é frequentemente reconhecida como o surgimento do cinema, mas hoje se sabe que este não foi um feito isolado e seu deu graças ao trabalho de um grupo de pesquisadores internacionais dentre os quais se destacam Muybridge e Marey. Eles foram importantes personagens do período chamado de pré-cinema, e são associados como sendo os responsáveis por promover à fotografia estática a condição de fotografia cinética.

O anos de 1830 e de 1904 marcam o nascimento e a morte de duas figuras emblemáticas da arte e da ciência do século XIX: de um lado, o fotógrafo anglo-americano Eadweard James Muybridge e do outro o fisiologista francês Éttiene-Jules Marey. Quando se conheceram aos 51 anos de idade, se deu um explosivo encontro entre a arte-tecnologia com a ciência experimental e o resultado dessa combinação criou condições para a criação dos fundamentos técnicos do cinema.

Entre pássaros e cavalos – Muybridge, Marey e o Pré-Cinema, é uma biografia dupla que narra a vida desses dois personagens às vésperas do lançamento do cinematógrafo, no ano de 1895. Esta data, é frequentemente reconhecida como o surgimento do cinema, mas hoje se sabe que este não foi um feito isolado e seu deu graças ao trabalho de um grupo de pesquisadores internacionais dentre os quais se destacam Muybridge e Marey. Eles foram importantes personagens do período chamado de pré-cinema, e são associados como sendo os responsáveis por promover à fotografia estática à condição de fotografia cinética.

O livro conduz o leitor à duas viagens independentes. Tirando proveito das sincronias de idades de seus personagens, o texto narra em paralelo a vida desses dois homens orientado pelos aspectos profissionais de suas carreiras. Os capítulos se interpolam em cenários paradigmáticos do século XIX: ora em São Francisco, cidade onde Muybridge escolheu para viver no “tempo do velho oeste”, e ora em Paris, epicentro da ciência e cultura na Belle Époque, por onde Marey circulava com desenvoltura. A estrutura alternada do livro dá a possibilidade de escolha, a leitura pode acompanhar o relato de cada personagem independente ou se dar através do conjunto alternado.

Quando Muybridge foi desafiado, em 1878, a fotografar os cavalos em pleno movimento, a fotografia ainda era um processo moroso. Isolado na Califórnia, teve que desenvolver por seus próprios meios os recursos da fotografia instantânea e sequenciada. Suas sequências de imagens de cavalos à uma velocidade de 68km/h exibiram pela primeira vez fotografias registrando as diversas fases do movimento tempestuoso. As séries de instantâneos que Muybridge fez de animais e seres humanos são incunábulos da história do cinema e se mantém como provas da tentativa do homem de aprisionar o tempo por meio de imagens.

Quando Marey viu as fotografias seriadas de Muybridge, percebeu nelas uma perfeita serventia para o estudo científico do movimento. O professor do Collège de France era um especialista na análise do movimento dos corpos, havia criado uma série de instrumentos capazes de fazer medições daquilo que chamou de “máquina animal”. As fotografias de Muybridge inspiraram Marey a utilizar a câmera fotográfica como um instrumento de laboratório e desse modo o famoso fisiologista criou a cronofotografia, técnica sem a qual não haveria o aparato cinematográfico.

A leitura de “Entre Pássaros e Cavalos” propõem uma visão abrangente do contexto de formação da técnica cinematográfica no século XIX. O ponto de partida está na década de 1830, quando uma série de dispositivos para estudos da visão foram criados. Neste período, surgiu a fotografia (1839), a experiência 3D do estereoscópio (1833) e os objetos cinéticos como o zootrópio (1835). Marey e Muybridge vão se incorporar à história pré-cinematográfica entre 1870 e 90 e farão os principais aprimoramentos para que a fotografia em vidro se repousasse sobre uma película de celulóide.

As biografias de Muybridge e Marey quando postas lado a lado, evidenciam a interferência que tiveram não somente na história das mídias do século XIX, mas também na constituição do mundo moderno. Marey e Muybridge estão intimamente ligados aos processos de transformação social e modernização que marcam o período de apogeu desenvolvimentista da revolução industrial. A influência de seus trabalhos extrapolou os limites da arte e ciência se inscrevendo dentro do contexto da produtividade mecânica. Em última instância, os pássaros e cavalos que dão nome ao título do livro, representam o desejo do homem de dominar o mundo real, seja por terra ou pelos ares, e não por acaso o trabalho de ambos servirá para as pesquisas posteriores quando da invenção de carros e aviões.

Apesar do reconhecimento dos trabalhos de Muybridge e Marey, e das inúmeras publicações e estudos lançados sobre eles no exterior, eles ainda permaneciam inéditos no Brasil. Entre Pássaros e Cavalos é o primeiro livro em língua portuguesa sobre ambos os personagens. Ricamente ilustrado, o livro conta com mais de 200 imagens reunindo um dos mais fascinantes acervos da história da fotografia. Além disso, o livro vem acompanhado por uma série de vídeos especialmente produzidos por Benedetti. O autor, que é um videoartista, visitou o acervo dos museus de Kingston upon Thames, na Inglaterra e o Musèe Marey, na França, onde coletou imagens e fez entrevistas. Os vídeos são acessados por QR Code (fig. ao lado) podendo ser assistidos em celulares, tablets ou computadores e contam com a participação de especialistas como Stephen Herbert, Marta Braun e Laurent Mannoni, diretor técnico e científico da Cinemateca Francesa.

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Redação do site E-mail: contato@rotacult.com.br

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