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IMS Rio apresenta retrospectiva do cineasta Joaquim Pedro de Andrade

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Por ocasião dos 30 anos do falecimento de Joaquim Pedro de Andrade (1932-1988), o IMS Rio exibe, a partir desta quinta-feira (11), uma mostra dedicada ao diretor. A retrospectiva abarca a sua filmografia completa em película, composta por 14 títulos. Todos os filmes serão exibidos em cópias restauradas em 35 mm. Em cartaz até 24 de outubro, a programação evidencia as várias facetas da obra de Joaquim Pedro, diretor que, em diferentes formatos e estilos, se dedicou a refletir sobre as contradições do Brasil.

Um dos destaques da mostra é a sessão de Guerra conjugal (1975), no dia 17 de outubro, às 19h. Após a exibição, haverá um debate sobre as personagens femininas nos filmes de Joaquim Pedro de Andrade. A conversa contará com a participação da crítica literária Heloísa Buarque de Hollanda e das atrizes Ítala Nandi e Cristina Aché, que comentarão sua participação nas obras do diretor. As duas atuaram em Guerra conjugal e O homem do pau-brasil. Cristina também participou do curta Vereda tropical.

A programação também inclui uma aula sobre o filme Macunaíma (1969), ministrada por Carlos Augusto Calil, docente do departamento de cinema da ECA-USP. A aula será realizada no dia 21 de outubro, após a projeção do filme, marcada para as 16h. O pesquisador relembrará a importância de Macunaíma, filme baseado na obra homônima de Mário de Andrade.

A renovação da filmografia do diretor foi o resultado de um projeto de restauração da sua obra completa, iniciado em 2003, com apoio da Petrobras. Os filmes, que apresentavam problemas como manchas, rasgos e riscos, foram recuperados em um processo de ampla organização, que gerou um box de DVDs, 14 internegativos e 70 cópias em 35 mm, que hoje podem circular e ser exibidas em mostras como esta.

No conjunto de títulos apresentados, uma característica marcante é o diálogo do diretor com a literatura. Ao longo de sua carreira, o cineasta realizou diversas adaptações literárias, sempre optando por uma postura crítica em relação às suas fontes inspiradoras. Segundo a pesquisadora Meire Oliveira, já em seu primeiro longa de ficção, O padre e a moça, baseado em um poema de Carlos Drummond de Andrade, “o cineasta parece afirmar, acima de tudo, que nunca faria uma simples adaptação literária; ao contrário, sempre buscaria uma alternativa questionadora de temas, estéticas e linguagens”, pontua em artigo publicado na edição de outubro da revista de cinema do IMS.

Em sua produção, também se sobressai a constante reflexão sobre o contexto político brasileiro, seja a formação da identidade nacional, expressa no “herói sem caráter” de Macunaíma, os traumas da violência colonial, investigados em Os inconfidentes (1972), ou mesmo o moralismo e a repressão do regime militar, metaforizados em Guerra conjugal. “Assistir, portanto, aos filmes de Joaquim Pedro é um ato político, especialmente se voltarmos à etimologia mais genuína da expressão e à máxima de Macunaíma: ‘Muita saúva e pouca saúde, os males do Brasil são’.”, afirma Meire.

SERVIÇO
Retrospectiva Joaquim Pedro de Andrade
11 a 24 de outubro
IMS Rio

Rota Cult
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Redação do site E-mail: contato@rotacult.com.br

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