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Rowan Atkinson volta aos cinemas como Johnny Inglish, sem inovações

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O humor britânico sempre se destacou por se diferenciar da pegada americanizada ao qual a maior parte do público está acostumada, tornando-se até uma referência de estilo de comédia com títulos que já se tornaram clássicos dentro do gênero, como Monty Python no cinema e “Mr. Bean” na televisão. Isso, por um lado, é bom, pois dá um caráter único as produções, no entanto, também restringe a audiência. Dito isso, a terceira parte da franquia Johnny English pode encontrar dificuldades para agradar o público geral – não somente pelo seu tipo de humor.

Estrelado por Rowan Atkinson – o rosto marcante e caricato responsável pelo sucesso de “Mr. Bean” -, esta terceira sátira da franquia James Bond apresenta um Johnny English já aposentado, trabalhando como professor. Quando um hacker invade o sistema do governo britânico e vaza as identidades dos agentes secretos da M17, a Primeira Ministra (Emma Thompson) convoca os espiões reformados para localizar o criminoso. Assim, English se junta ao antigo parceiro, Bough (Ben Miller), e terá que driblar a própria desatualização tecnológica para cumprir a missão.

Esta premissa pode até ser interessante, afinal, um ex-agente obsoleto enfrentando um inimigo altamente tecnológico é uma trama que pode render se for bem explorada. Contudo, ainda se trata de um filme de Johnny English e todas as características clássicas da personagem – que garantiram o sucesso dos dois longas anteriores – estão presentes e isso prejudica o desenvolvimento do enredo. Obviamente, há muito humor físico – as sobrancelhas de Atkinson (marca registrada do ator) são, basicamente, uma personagem à parte – e situacional, porém, nada que já não tenha sido feito antes e melhor, tanto na própria franquia quanto em outras produções.

É claro que Rowan Atkinson é sempre engraçado, mas nem isso ou o elenco estrelado é suficiente para disfarçar o quanto a personagem principal e suas aventuras estão desgastadas, o que torna as piadas e os acontecimentos muito óbvios. Por fim, Johnny English 3.0 pode até divertir um público mais jovem que não tem familiaridade com a série, mas os espectadores que já conhecem bem a franquia e seu tipo de humor percebem que este estilo precisa ser atualizado de alguma forma – uma boa opção seria parar de se apoiar unicamente nas caretas de Atkison e na piada situacional para investir mais no desenvolvimento do enredo – um exemplo disso é a identidade do vilão da trama, que como quase tudo neste filme, é muito óbvia; algum mistério poderia prender mais a atenção do público. Agora, só resta saber se os produtores, após a onda de críticas negativas na imprensa mundial, vai correr o risco de tentar atualizar as estruturas da franquia em um quarto longa ou se Johnny English se aposentará, não apenas na ficção e de forma definitiva.

 

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