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Ana Katz fala sobre o o choque cultural entre relacionamentos, em Sueño Florianópolis

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Coprodução entre Brasil, Argentina e França, com distribuição no Brasil pelo projeto Sessão Vitrine Petrobras conquistou três prêmios no Karlovy Vary International Film Festival: Melhor Atriz (Mercedes Morán), Prêmio Especial do Júri e Prêmio da Crítica Internacional. O filme ainda passou por outros festivais importantes, como o Festival de Toronto, Festival de San Sebastian, London Film Festival e o Festival de Mar del Plata.

SUEÑO FLORIANÓPOLIS traz a história de uma família que viaja da Argentina para o Brasil em busca de reconexão entre si.

O filme traz um choque de culturas entre dois casais de países vizinhos, ao mesmo tempo em que ambos passam por uma crise de relacionamento. O que te levou a fazer um filmes sobre relacionamentos envolvendo uma certa rivalidade entre os países?

Ana Katz – Não, não a prioridade da película não é a rivalidade, é a amizade de uns com os outros, é vinculada a uma pergunta sobre liberdade. Acredito que tanto como os brasileiros como os argentinos se perguntam muito sobre essa liberdade. Sobre essa possível vida libertária, porém temos formas diferentes de se relacionar. O filme propõe uma intimidade com os personagens,

É exatamente esse meu ponto, o choque cultural entre relacionamentos.

Ana Katz – Sim, às vezes o objetivo tem haver em contar sobre a construção de uma família e se perguntar, como irá fazer. De uma maneira intencional colocamos humor no filme, ajudando a trabalhar conceitos profundos e complexos. A família que está em dúvida sobre a separação compreende finalmente que eles estão se divorciando no Brasil.

O filme é um drama cômico que sobre relacionamentos muito articulados entre Brasil e Argentina e às vezes o olhar é diferente por conta de suas culturas diferentes. Como por exemplo, a ilusão que os argentinos tem pela liberdade brasileira.

O filme se passa em Florianópolis, mas poderia se passar em qualquer outro lugar, o foco dele não é a locação em si. Você pouco explora a locação, com o intuito do olhar câmera provocar reações. O local é apenas um pretexto para falar de relacionamentos?

Ana Katz – Sim, sim. A minha ideia em se passar em Florianópolis foi por conta dos anos 90, onde a classe media argentina quer viajar em seu carro, por 1800 km, sem ar condicionado para o Brasil, por que não podíamos pegar um avião. Florianópolis era o ponto mais acessível de um sonho brasileiro, mas possível. Nesse sentido Florianópolis foi muito significativo por toda uma classe média que queria vir ao Brasil, mas não tinha condições. E nos anos 90 o cambio era muito favorável e havia sempre a ideia de um clima mais agradável, de águas quentes, dos sabores do Brasil e de suas músicas, enquanto o argentino tem um lado mais melancólico.

Como foi a escolha do elenco?
Ana Katz – Durante o processo de criação do roteiro não penso em atores, por que necessito de isolamento, de liberdade para poder escrever. E quando terminar de escrever a minha irmã Daniela Katz, que também é roteirista, apareceu Mercedes e Gustavo na seleção, e foi uma escolha imediata. A escolha do Marco Ricca se deu quando eu já tinha visto como protagonista em A Via Láctea, de Lina Chamie, e me pareceu muito sensível com um olhar muito particular, com uma energia muito contagiosa, que me encantou.

E no caso da Andrea, que é extremamente popular e com muito prestigio, eu não a conhecia, por que muitas vezes os projetos não chegam em outros países. Quando tive a oportunidade de conhecê-la, fiquei encantada. Ela é uma mulher de uma energia, de uma luz, de uma força única.

Eles funcionam muito bem em cena. Existe uma cumplicidade muito legal.

Ana Katz – Sim, sim. São quatros atores muito fortes. É genial! Todos foram muitos generosos em seus trabalhos desde a leitura.

Alê Shcolnik
Alê Shcolnikhttps://www.rotacult.com.br
Editora de conteúdo e fundadora do site, jornalista, publicitária, fotografa e crítica de cinema (membro da ACCRJ - Associação de Críticos de Cinema do Rio de Janeiro). Amante das Artes, aprendiz na arte de expor a vida como ela é. Cultura e tattoos nunca são demais!

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