- Publicidade -

Benjamin Naishtat e Pedro Sotero comentam sobre a criação de Vermelho Sol

Publicado em:

Benjamin Naishtat , roteirista e diretor de História do Medo, (2014), O Movimento, (2015), aborda a violência política sem precedentes na Argentina, na década de 70 em  Rojo, (2018), em cartaz no Festival do Rio.

O filme é muito poético, ao mesmo tempo em que você toca num assunto delicado: a ditadura. Qual foi a sua intenção em fazer esse filme?
Benjamin Naishtat – A intenção de elaborar algo, principalmente, sobre um momento histórico que já foi abordado no cinema, mas que pouca vezes foi visto pelo lugar da sociedade civil, pela classe media, pessoas comuns durante um momento de trauma histórico. E também pelo fato de ser um filme de gênero policial, de gosto popular, com contexto histórico e politico.

O filme tem dois contrapontos bem interessantes, uma é a questão do exílio e a outra é a busca por justiça numa época que é não era possível. Existe uma dualidade no roteiro, como você trabalhou isso?
Benjamin Naishtat –Não vejo dessa forma. O filme aborda sim o exílio, mas também tem mistério. O filme tem elementos de coisas que não estão lá abertamente. Tenho a sensação de que as coisas podem desaparecer e a sensação disso é de uma forma vista não tão direta. As coisas simplesmente não estão.

A fotografia tem uma importância muito grande no filme. Como foi esse trabalho em conjunto?
Benjamin Naishtat –Trocamos muito entre a gente sobre a questão de frames e referencias, durante seis meses. Usamos muito do imaginário dos filmes dos anos 70, tanto de filmes brasileiros e argentinos.

Pedro Sotero – Ele já tinha um material de arquivo muito grande, desde fotografias á recortes de jornal, tudo isso ajudou a criar a atmosfera do filme. A gente tentou fazer um filme com os recursos dos anos 70. Queríamos filmar em película, mas infelizmente não é mais possível na América Latina por que todos os laboratórios foram fechados.

Você acha que a fotografia atravessa o roteiro ajudando na sua construção?
Pedro Sotero – Eu acho que a fotografia tem que sempre ter essa função. Ela tem estar sempre a serviço do roteiro e da dramaturgia do filme. Eu não consigo dissociar a fotografia da história. Acho importante sempre dizer que a imagem do filme não é só fotografia, principalmente em um filme de época como esse. A imagem do filme é composta de muito trabalho em diversas áreas que se complementam e assim formam a imagem do filme. Te faz se transportar para aquela época. Mas, eu acho que independente de qualquer estilo e referencia, é fazer um trabalho para narrativa.

Alê Shcolnik
Alê Shcolnikhttps://www.rotacult.com.br
Editora de conteúdo e fundadora do site, jornalista, publicitária, fotografa e crítica de cinema (membro da ACCRJ - Associação de Críticos de Cinema do Rio de Janeiro). Amante das Artes, aprendiz na arte de expor a vida como ela é. Cultura e tattoos nunca são demais!

Mais Notícias

Nossas Redes

2,459FansGostar
216SeguidoresSeguir
125InscritosInscrever
3.870 Seguidores
Seguir
- Publicidade -