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IMS homenageia Nelson Pereira dos Santos, com retrospectiva completa de sua obra

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A partir de novembro, o IMS Paulista e o IMS Rio apresentam uma retrospectiva integral do cineasta Nelson Pereira dos Santos (1928-2018), falecido em abril. Um dos precursores do cinema novo, o diretor construiu uma carreira ampla, com diferentes formatos e estilos. Todos seus longas-metragens – um total de 25 títulos – serão exibidos nos centros culturais ao longo de um ano. Em novembro, serão apresentados os dois primeiros longas-metragens do cineasta: Rio, 40 graus (1955) e Rio, Zona Norte (1957), projetados em cópias restauradas em DCP.

No IMS Rio, a homenagem será inaugurada no domingo (4/11), como parte da programação oficial do Festival do Rio. Às 15h, haverá uma sessão de Rio, 40 graus, seguida de um debate com os cineastas Cacá Diegues e Walter Salles e o preservador-chefe da Cinemateca do MAM, Hernani Heffner. Neste dia será projetado também Rio, Zona Norte, às 19h. Em São Paulo, a retrospectiva começa no dia 6 de novembro, com as exibições de Rio, 40 graus, às 18h, e Rio, Zona Norte, às 19h50. Após a projeção deste último, o centro cultural promove uma conversa com o cineasta Emílio Domingos e o crítico Heitor Augusto.

 Em sua vasta produção, Nelson representou as tensões da realidade brasileira, já presentes em Rio, 40 graus, seu primeiro longa. Influenciado pela estética do neorrealismo italiano, o filme transforma os representantes das camadas populares do Rio de Janeiro em protagonistas da narrativa. O longa-metragem mostra a vida de cinco vendedores de amendoim, garotos negros, que vivem no morro e trabalham nos pontos turísticos da capital. Filmado com uma câmera emprestada pelo INCE (Instituto Nacional de Cinema Educativo), com poucos recursos, Rio, 40 graus foi censurado e apenas liberado após a posse de Juscelino Kubitschek como presidente da República.

Em Rio, Zona Norte, seu segundo filme, o diretor continua a investigação dos modos de vida dos grupos populares. O filme conta a trágica história do compositor Espírito da Luz (Grande Otelo), que luta para gravar suas músicas. O cineasta Glauber Rocha escreveu sobre a obra: “Nelson Pereira dos Santos arma um trabalho capaz de agradar gregos e troianos: aos que buscam o filme como mero divertimento, lá estão Angela Maria e Grande Otelo cantando grandes sambas. Para os que desejam arte, poderão encontrar um argumento bem escrito e dialogado, vazando muito bem numa linguagem direta objetiva e correta.”

Em dezembro, os dois centros culturais exibirão Boca de Ouro (1962), em cópia 35 mm. Quarto longa-metragem de Nelson Pereira dos Santos, o filme é uma adaptação da peça do escritor Nelson Rodrigues. Em janeiro de 2019, serão projetados Mandacaru vermelho (1961), baseado na tradição da literatura de cordel, e Vidas secas (1963), inspirado no livro homônimo de Graciliano Ramos. A programação dos meses restantes será divulgada em breve.

Além da mostra no IMS, a obra de Nelson Pereira dos Santos será celebrada em uma série de eventos internacionais. O Festival de Cannes de 2019, na sessão Cannes Classics, exibirá os filmes Vidas secas e Memórias do cárcere. Ambos foram premiados no festival, em 1964 e 1984 respectivamente. Em 2019, também haverá uma retrospectiva do diretor nos prestigiados cinemas Metrograph, em Nova York, e outra mostra em Berkeley, São Francisco. A Cineteca do México e a Cinemateca Francesa, que guarda cópias dos filmes no exterior, também programam mostras em homenagem ao cineasta.

Serviço
Retrospectiva Nelson Pereira em cartaz
Ingressos no Rio: R$ 26 (inteira) e R$ 13 (meia)
IMS RIO ( R. Marquês de São Vicente, 476 – Gávea)

Rota Cult
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Redação do site E-mail: contato@rotacult.com.br

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