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Glenn Close perpetua a mulher soberana, sob as conquistas de um homem

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Depois de quase quarenta anos de casamento, Joan e Joe Castleman (Glenn Close e Jonathan Pryce) são apenas complementos. Onde Joe é casual, Joan é elegante. Onde Joe é vaidoso, Joan é discreta. Enquanto Joe gosta (e se envaidece) por seu papel de importância pública como um grande novelista, Joan despeja seu considerável intelecto, graça, charme e diplomacia no papel mais intimo e privado da sua vida, ser a mulher por trás do sucesso de um homem. principalmente, agora que Joe está prestes a receber o Prêmio Nobel por seu trabalho aclamado e prolífico.

Assediada por um jornalista interpretado por Christian Slater (enfim, desenterrado de suas terras sombrias) que volta à cena, com um escritor  ávido por uma escandalosa biografia. Cabe à Joan enfrentar o maior sacrifício de sua vida e alguns segredos há muito tempo enterrados, que finalmente virão à tona. A angústia silenciosa de Joan por ter colocado seus talentos em espera a serviço de sua suposta grandeza, cheio de desejo e arrependimento.

Indicada seis vezes ao Oscar em um de seus papéis mais deliciosamente complexos, Glenn Close toma conta da cena, em soberba atuação! Suas nuances à flor da pele, constroem  um roteiro previsível que se faz bem feito e bem visto, por sua magistralidade em cena! Junto à ela, o elenco não faz por menos, e à acompanha nessa jornada, no minimo novelesca, no que diz respeito a trama. A dobradinha com Jonathan Pryce é excelente! O ator está muito bem como o narcisista que cita James Joyce como um álbum, e cujas peculiaridades outrora amáveis, como assinar seu nome em uma noz. Com um olhar expressivo e gestos físicos precisos, Close se entrega ao papel, transparecendo emoções claustrofóbicas.

Baseado no romance de Meg Wolitazer, A Esposa é literalmente um filme sobre o empoderamento e a superioridade de uma mulher para manter o legado de um homem desprezível, em um tragicômico intrigante drama sobre relacionamentos conjugais. O longa é um retrato elegantemente melancólico de um casamento em crise. O que basicamente funciona mais profundamente no filme, é a sua intimidade entre os personagens principais.

 

Alê Shcolnik
Alê Shcolnikhttps://www.rotacult.com.br
Editora de conteúdo e fundadora do site, jornalista, publicitária, fotografa e crítica de cinema (membro da ACCRJ - Associação de Críticos de Cinema do Rio de Janeiro). Amante das Artes, aprendiz na arte de expor a vida como ela é. Cultura e tattoos nunca são demais!

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